Chomsky defende linguagem como faculdade inata e explora bases filosóficas de Descartes

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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Linguista sustenta que essa capacidade humana é regida por princípios universais e regras complexas

Em uma época em que a compreensão dos mecanismos da mente humana e da linguagem ganha cada vez mais relevância, Linguística cartesiana: um capítulo na história do pensamento racionalista, de Noam Chomsky, surge como uma leitura indispensável. Publicada originalmente em 1966 e agora relançada pela Editora Unesp, a obra oferece uma abordagem profunda sobre os fundamentos da capacidade linguística humana, ao mesmo tempo que dialoga com as ideias filosóficas de René Descartes e outros pensadores clássicos.

Chomsky propõe que a linguagem não é apenas um produto do ambiente, mas uma capacidade inata, presente em todos os seres humanos e moldada por princípios universais. Essa faculdade nos permite criar e entender infinitas sentenças a partir de elementos limitados, revelando a natureza criativa da linguagem. Os tradutores da obra, Gabriel de Ávila Othero e Larissa Colombo Freisleben, da UFRGS, destacam que “Chomsky detalha os fundamentos do programa gerativista e demonstra como suas ideias têm raízes no pensamento racionalista de René Descartes, nos gramáticos de Port-Royal e em Wilhelm von Humboldt”.

Esta nova edição conta com uma introdução de James McGilvray, que contextualiza a obra para o século XXI, conectando-a às discussões atuais da biolinguística. “Linguística cartesiana começou como um manuscrito de Chomsky aos 35 anos,” escreve McGilvray. “É um estudo único sobre a criatividade linguística e a natureza da mente que a produz.”

A abordagem de Chomsky traz uma crítica contundente ao empirismo no estudo da linguagem, que dominava o cenário acadêmico nos anos 1960, e propõe que a linguagem é uma competência inata, essencial para a compreensão do funcionamento da mente humana. Ao longo da obra, o autor também discute outros temas cruciais para o programa gerativista, como a aquisição da linguagem e os níveis de análise linguística. Com atualizações e nova bibliografia, esta edição é uma leitura essencial para estudiosos da linguagem, filosofia e ciências cognitivas, bem como para todos que se interessam pela natureza humana e pela capacidade única de produzir linguagem.

Sobre o autor – Noam Chomsky, professor aposentado do Departamento de Linguística e Filosofia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), é também um pensador profícuo. Sua contribuição para a Linguística e a Filosofia, bem como sua postura crítica e ativa diante dos mais relevantes acontecimentos políticos de sua época, o situam entre os principais nomes das ciências humanas na atualidade. Dele, a Editora Unesp publicou Novos horizontes no estudo da linguagem da mente (2005), Linguagem e mente (3a edição, 2009), A ciência da linguagem (2014) e Porque apenas nós? Linguagem e evolução (2017), em coautoria com Robert C. Berwick, O Programa Minimalista (2021) e Os segredos das palavras (2023), em coautoria com Andreas Moro.

Título: Linguística cartesiana: um capítulo na história do pensamento racionalista
Autor: Noam Chomsky
Tradução: Gabriel de Ávila Othero, Larissa Colombo Freisleben
Número de páginas: 262
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 62
ISBN: 978-65-5711-252-6

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