Clássico de João Calvino ganha nova tiragem

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Dividida em dois Tomos, a edição em português do livro A instituição da religião cristã, agora reimpressa, é a tradução da última versão escrita em latim por Calvino, preservando sua linguagem clara e didática, capaz de proporcionar uma leitura prazerosa sobre os conceitos instalados durante a Reforma. No primeiro Tomo, os capítulos abordam a criação do homem, a idolatria a outros deuses e as Escrituras como guia para uma vida em Deus. O segundo Tomo trata da ação misteriosa do Espírito e reflete sobre temas como a ressurreição final, a vida do homem cristão, a justificação pela fé, a liberdade cristã, sacramento, batismo e missa papal. Também faz uma distinção entre o que seria a verdadeira e a falsa igreja, refletindo sobre a questão do poder civil. 

João Calvino (1509-1564) nasceu em Noyon, na França e morreu em Genebra, Suíça. Aprendeu latim, filosofia e dialética quando cursou a Universidade de Paris. Seu pai, um humilde tabelião, foi o responsável por iniciar seus estudos em teologia, mas entre os anos de 1528 e 1533, também estimulado por seu pai, Calvino iniciou seus estudos em Direito, passando pelas Universidades de Orleans e Bourges. Com o tempo suas ideias começaram a se acercar dos princípios de Lutero e a se distanciar dos ensinamentos católicos.

Em 1559, finalizou A instituição da religião cristã, um dos tratados teológicos de maior influência na história do Ocidente. O livro estabeleceu os princípios da reforma protestante, tornando-se referência para as doutrinas das “Igrejas reformadas” – entre elas, a que se convencionou denominar Calvinismo, assim como a Presbiteriana, a Anglicana e a Puritana.

A finalidade era pedagógica: “preparar e instruir os candidatos ao aprendizado da palavra divina da Sagrada Teologia, para que possam ter um acesso fácil a ela, assim como prosseguir livremente em seus passos”. Calvino reuniu “uma tal suma da religião em todas as suas partes” que possibilitaria, em sua visão, a “qualquer um que a considere retamente” em “estabelecer e buscar o que é principal na Escritura”.

Logo no prefácio, expõe os objetivos que pretende alcançar e sua visão sobre o que precisava ser mudado no cristianismo, criticando veementemente a Igreja Católica por vender indulgências e manipular os fiéis. Para ele, o ser humano já nasce pecador e só pode ser salvo por meio da fé, sendo Deus superior ao mundo real e suas revelações e vontades se apresentam através das escrituras sagradas. O franco-suíço também pregava a livre interpretação da Bíblia e criticava qualquer culto a deuses ou santos, senão Deus. A elevação de imagens, mesmo com o intuito de construir uma representação concreta de Deus, é condenada.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp