Clássicos do Catálogo: 'Lições de ética', de Immanuel Kant

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segunda-feira, 10 de junho de 2024

O filósofo Imannuel Kant


“Você não aprenderá comigo filosofia, mas a filosofar”, dizia Immanuel Kant a seus pupilos para fisgá-los. Por mais de quatro décadas, a atividade docente à qual Kant esteve dedicado resultou neste Lições de Ética, obra escolhida para a seção Clássicos do Catálogo desta semana e que traz à luz as anotações produzidas por alunos do pensador.

O texto se divide em três partes: uma apresentação capitaneada por Bruno Leonardo Cunha e Charles Feldhaus, que também traduziram a obra, seguida por dois capítulos, desenvolvidos a partir das anotações dos estudantes da Universidade de Königsberg, onde Kant ministrava suas aulas. Havia até mesmo um comércio estabelecido entre os alunos das cópias desses cadernos.

Apesar de a publicação só ter chegado ao conhecimento dos leitores pela primeira vez em 1924, “é perceptível que houve um reconhecimento progressivo da importância desses manuscritos no século XX, o que é atestado, sobretudo, nos estudos e comentários que foram desenvolvidos, desde então, utilizando esse material como um suplemento para a reconstrução e a compreensão do desenvolvimento do pensamento moral de Kant”, anotam Cunha e Feldhaus.

“Nesse sentido, assume uma posição de destaque o manuscrito estudantil (...). Ainda hoje, essa lição serve como uma introdução à ética de Kant, muito embora pareça divergir, em alguns aspectos, da doutrina crítica do imperativo categórico”, escreve, nas orelhas, Heiner F. Klemme, pesquisador da Martin Luther Universität – Halle-Wittenberg.

Em contraste ao filósofo frio e analítico em seus apontamentos, vê-se outra face de Kant. “Borowski, que, como aluno, assistiu às primeiras preleções kantianas, por exemplo, relembra que Kant se entregava por completo à sua atividade docente. As ‘lições de Kant’ são retratadas, por seu primeiro biógrafo, como ‘temperadas de piadas e bom humor, muitas vezes com citações dos livros que acabara de ler, e às vezes com anedotas que, no entanto, eram sempre relevantes’”, apontam Cunha e Feldhaus. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
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