Ilustração nem uma das edições da obra por Arthur Szyk
(Foto: Wikipédia)
Na seção Clássicos do catálogo desta semana, empreendemos uma viagem em direção ao coração do oriente, mais precisamente à Pérsia medieval, na obra Rubáiyát, de Omar Khayyám. A eterna universalidade dos temas presentes no clássico Rubáiyát é a razão mais importante da necessidade de traduzi-lo em qualquer época ou idioma, como aponta o tradutor desta versão, Luiz Antônio de Figueiredo. Ele alude ao fato de a obra, escrita na Pérsia medieval, tratar do enigma da Existência e da impossibilidade humana de decifrá-lo, além dos mistérios da natureza, como o eterno retorno da lua e das estações do ano, a delicadeza da rosa, a videira – fonte do vinho e da alegria –, o amor, a arte.
São “pilares temáticos” com valor hedonístico, mas trágico: remetem ao prazer e à precariedade da vida humana, sem esperança alguma de eternidade ou redenção. “Bebe! Porque não sabes de Onde vens nem Como. Bebe! Nem Onde irás, ou Por que vais embora”, escreveu, por exemplo, o poeta, que também foi matemático e astrônomo.
Esta tradução parte da versão inglesa de Edward FitzGerald (1809-1883), feita diretamente do persa, especificamente a quarta edição (London: Bernard Quaritch, 1879), que contém 101 rubáis. Esta palavra persa significa “quadra”, quando o primeiro verso rima com o segundo e o quarto, sendo o terceiro branco. Figueiredo optou aqui pelo verso alexandrino, de 12 sílabas.
Para se aproximar o mais possível do sentido original do poema, escrito em persa antigo, o tradutor, ainda cotejou, comparou e atualizou, num trabalho de vários anos, versões clássicas do poema editadas em português, francês e espanhol. O livro inclui um resumo da história e da trajetória de Rubáiyát no Brasil, além de comentários das principais traduções anteriores, bibliografia básica e iconografia.
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