Como os Estados Unidos convenceram o mundo a aceitar a invasão do Iraque

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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Livro explica como se deu o processo de securitização norte-americano que possibilitou a invasão do país com o consentimento do Conselho de Segurança da ONU

Com o colapso da União Soviética, os Estados Unidos assumem posição hegemônica na cena internacional, acentuando o processo que atribuía aos EUA um caráter “excepcional”. É neste mote, a partir do conceito de securitização – ter um plano militar sempre à mão –, que a pesquisadora Bárbara Vasconcellos de Carvalho Motta examina em Securitização e política de exceção: o excepcionalismo internacionalista norte-americano na Segunda Guerra do Iraque, lançamento da Editora Unesp, o panorama que justificou aos olhos do mundo a mais recente invasão estadunidense ao Iraque.

“Dessa forma, como pano de fundo que permeia todo este livro, tanto na sua avaliação teórica quanto empírica, encontra-se uma reflexão sobre as capacidades e os limites do discurso como mecanismo desencadeador de um processo de securitização – seria apenas o discurso o gatilho capaz de deflagrar uma percepção securitizante de uma questão?”, anota a autora. “Ou, de maneira mais complexa, a ele devem ser incorporados outros fatores para uma avaliação holística da securitização como processo de fato intersubjetivo?”

O texto, que faturou em 2015 o prêmio de melhor dissertação de mestrado no Concurso de Teses e Dissertações em Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais, divide-se em quatro capítulos. No primeiro, trata-se da teoria de securitização trazida pela Escola de Copenhague; o segundo examina a construção ideacional neoconservadora; já o terceiro, dedica-se à avaliação empírica da teoria de securitização no Conselho de Segurança da ONU; e, por fim, no quarto, a temática do excepcionalismo internacionalista ressurge ao lado dos testes empíricos realizados de acordo com a teoria de securitização, com comentários críticos.

“Com esse excepcionalismo internacionalista, os neoconservadores levaram ao extremo duas características da política externa norte-americana que se alternam historicamente: a ação missionária e a ação pelo exemplo”, escreve Bárbara Motta. “Pretendemos entender a construção ideacional que possibilitou incluir o Iraque como um inimigo a mais na Guerra Global ao Terror e convencer a audiência interna norte-americana para que houvesse autorização do uso da força e traçar como se desenvolveu o processo de que se valeram os Estados Unidos para convencer o Conselho de Segurança da ONU.”

Sobre a autora – Bárbara Vasconcellos de Carvalho Motta tem mestrado em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp/Unicamp/PUC-SP) e bacharelado em Relações Internacionais pela Universidade Federal Fluminense (UFF). 

Título: Securitização e política de exceção: o excepcionalismo internacionalista norte-americano na Segunda Guerra do Iraque
Autora: Bárbara Vasconcellos de Carvalho Motta
Número de páginas: 154
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 48,00
ISBN: 978-85-393-0727-2

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp