Ernani Terra, leitor
Assim que foi publicada, no ano 2000, comprei, sem mesmo olhar seu conteúdo, a Gramática de usos do português, de Maria Helena de Moura Neves.
O nome da autora já era a garantia de uma obra séria. Uma palavra na capa me chamou a atenção: usos. Que maravilha! Iria ter a primeira gramática de USOS da Língua Portuguesa. Gramáticas havia muitas, mas faltava uma de usos e Maria Helena de Moura Neves veio preencher essa lacuna. Edição bem cuidada, em capa dura, com mais de mil páginas, muito bem organizada, de modo a facilitar a consulta.
Moura Neves nos apresenta detalhadamente os usos do português a partir de um corpus enorme e variado, não restritos à esfera literária, trazendo exemplos concretos de jornais e revistas os mais variados. É fato que a língua apresenta variedades e, em diversas situações, devemos nos valer da variedade culta. Onde encontrar o registro da variedade culta do português contemporâneo?
As gramáticas tradicionais são, antes de mais nada, prescritivas. Apresentam uma variedade de língua que não corresponde necessariamente a usos cultos de falantes brasileiros, já que seu corpus é o literário. Com a Gramática de usos do português, passamos a ter uma obra que serve de parâmetro para determinar, com base em usos concretos, a variedade culta do português contemporâneo.
Já se vão 17 anos desde que adquiri a Gramática de usos do português e ela tem me acompanhado durante todo esse tempo, servindo de apoio sempre que tenho qualquer dúvida.
Por tudo isso, só tenho a agradecer a essa pessoa maravilhosa que é Maria Helena de Moura Neves, por ter nos dado essa obra que considero definitiva.