O escritor Machado de Assis é considerado por muitos estudiosos como um dos maiores senão o maior nome da literatura do Brasil. É assinalado como o introdutor do realismo no país. Sua extensa obra constitui-se de dez romances, duzentos contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas.
As principais obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Dom Casmurro (1899), A mão e a luva (1874), Quincas Borba (1891), e muitas obras, fizeram com que o crítico literário estadunidense Harold Bloom considerasse Machado o maior escritor negro de todos os tempos.
A Editora Unesp preparou uma lista de suas publicações sobre o grande escritor. Confira abaixo!
Autora: Rosa Belluzzo | 156 páginas | R$ 94
Prêmio Jabuti 2011 - 1º lugar na categoria Gastronomia
O Rio de Janeiro da virada do século XIX é o cenário deste livro de Rosa Belluzzo, que nos convida a um passeio pela obra de Machado de Assis e suas referências gastronômicas. Arguto observador de sua época, o fundador da Academia Brasileira de Letras vivenciou as grandes metamorfoses da sociedade fluminense. As inovações geradas durante o Segundo Império e a nascente República foram acompanhadas pelo florescimento de cafés, restaurantes e confeitarias. Uma nova sociabilidade urbana se insinuava, com saraus, teatros e clubes sociais, em meio ao ranço patriarcal rural de outrora. Machado participava ativamente dessa vida cultural incipiente, da qual não falta um cintilante avanço da sofisticação gastronômica. Não por acaso, despontam na obra do cronista os novos hábitos culinários, como o serviço de mesa à francesa, registrado no conto “As bodas de Luís Duarte”, ou a presença de estrangeiros contratados como cozinheiros, observada em Quincas Borba. A partir dos textos de Machado, de comentaristas e de historiadores, Rosa Belluzzo revisita as impressões e os sabores que o escritor experimentou. Com o auxílio de farta iconografia da época e de receitas então apreciadas, a obra avança no conhecimento da história cultural dos tempos machadianos. Assim, permite vislumbrar algo desse período e, no autor genial, o ser humano que partilhou dores e prazeres (inclusive culinários).
Autor: Jean-Michel Massa | 584 páginas | R$ 96
Considerada pelo crítico literário Antonio Candido um dos mais importantes livros que já se escreveram sobre temas da literatura brasileira, esta obra de Jean-Michel Massa, quase 40 anos depois de sua primeira edição, tem o grande mérito de mostrar como é indispensável conhecer as fases iniciais do escritor carioca e não se concentrar de maneira excessiva e exclusiva em sua maturidade. Este ensaio modelar de biografia intelectual apresenta, por meio de biografia intelectual apresenta, por meio de uma exploração meticulosa, a produção dispersa do jovem Machado. Enfoca o período entre 1839 e 1870 e o reavalia sem reforçar estereótipos habituais.
Organizadores: Benedito Antunes e Sérgio Vicente Motta | 280 páginas | R$ 55
Ao reunir visões de especialistas de diversos países sobre o legado de Machado de Assis, este livro mostra a abrangência atual dessa linhagem critica, assim como a multiplicidade de abordagens que o mestre permite e estimula. Poeta, romancista, dramaturgo, contista, jornalista, cronista e teatrólogo, Machado evoca diálogo cada vez mais intenso, sofisticado e sem fronteiras.
Autor: Joaquim Maria Machado de Assis \ Organizadores: Sílvia Maria Azevedo, Adriana Dusilek e Daniela Mantarro Callipo | 728 páginas | R$ 89
Machado de Assis esteve na vanguarda da crítica literária brasileira, numa época em que ainda não se estabelecera um cânone literário nacional. Este volume reúne textos de sua obra crítica extraídos de jornais da época, revistas e primeiras edições, muitos deles nunca publicados em livro.
Autor: Hélio de Seixas Guimarães | 308 páginas | R$ 59
Hélio de Seixas Guimarães há muitos anos se debruça não só sobre a obra de Machado de Assis, mas também sobre sua recepção pela crítica e pelos leitores. Nesta obra, contudo, ele não tencionou compor uma história dessa recepção, missão já realizada em outros trabalhos – como, por exemplo, os de José Galante de Sousa, Jean-Michel Massa e Ubiratan Machado, que têm procurado organizar a fortuna crítica mais extensa das nossas letras. Seu objetivo, neste livro resultante da tese de livre-docência defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, foi estabelecer quatro momentos considerados como de inflexão na percepção e no entendimento do que o autor entende como um processo de construção de quatro figuras de Machado: o escritor excêntrico, o mito nacional, o escritor internacionalizado e o autor realista.
Autor: Luiz Roncari | 304 páginas | R$ 58 por R$ 10 na Queima de inverno da Editora Unesp até 29 de junho
O grande desafio deste livro está na habilidade de realizar análises críticas de três dos principais escritores em língua portuguesa de todos os tempos: Guimarães Rosa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Os elementos comuns estudados incluem a crítica à sociedade patriarcal nacional e, acima de tudo, uma ponte constante, com idas e voltas, entre a história e a literatura. Roncari consegue desvendar caminhos interpretativos com base na leitura atenta de descrições de cenas e paisagens, além de verificar como a escrita se comunica com o poder econômico e social. Texto e contexto são assim relacionados com extrema competência, mostrando como instabilidades de ordem social presentes no sistema capitalista encontram reflexo na literatura e vice-versa.
Autora: Lúcia Granja | 176 páginas | Download gratuito
Este livro propõe um novo modo de compreender a história literária no século XIX e a escrita literária de Machado de Assis. Lúcia Granja analisa a Poética da escrita jornalística em Machado de Assis, passando pelas crônicas do Diário do Rio de Janeiro e O Cruzeiro, alguns contos e o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas. No hipertexto do periódico cotidiano, a circulação e a hiperligação constantes das formas textuais criaram parâmetros de referencialidade e literaridade deslizantes, que mimetizou e com os quais dialogou a obra de nosso maior escritor. A partir das crônicas, a autora demonstra os procedimentos e os recursos textuais na gênese do narrador machadiano revelado nos romances da fase madura do Bruxo do Cosme Velho.