A convidada desta semana do Ilustríssima Conversa, podcast do jornal Folha de S.Paulo, foi Marta Arretche, professora titular do Departamento de Ciência Política da USP e diretora do Centro de Estudos da Metrópole. Arretche organizou, com Eduardo Marques e Carlos Aurélio Pimenta de Faria, o livro As Políticas da Política: Desigualdade e Inclusão nos Governos do PSDB e do PT, que acaba de ser lançado pela Editora Unesp.
A coletânea, com 16 capítulos de especialistas e pesquisadores, faz um balanço das políticas sociais implementadas ao longo dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT) que, com base em princípios de garantia de direitos e de distribuição de renda da Constituição de 1988, contribuíram para a redução das desigualdades no país e a ampliação do acesso a serviços públicos, como educação e saúde.As análises da obra apontam, por outro lado, para problemas históricos que não foram enfrentados ao longo da Nova República, como a regressividade do sistema tributário do Brasil, que faz com que ricos paguem, proporcionalmente, menos impostos que os mais pobres.
Na conversa com o repórter Eduardo Sombini, a pesquisadora discutiu a combinação brasileira particular de programas sociais progressistas e política tributária regressiva e discutiu as continuidades de medidas de governo entre as presidências do PSDB e do PT.
Arretche também tratou do teto de gastos aprovado na gestão de Michel Temer (MDB) e das perspectivas do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em meio à pandemia de coronavírus.
Para a pesquisadora, a agenda do presidente é de desmonte das políticas sociais existentes, mas a formulação de medidas eficazes poderia frear o crescimento da pobreza e da desigualdade. A resposta errática e insuficiente do governo federal à crise atual, no entanto, deve fazer o país pagar muito caro, em sua avaliação.
A conversa está disponível no site da Folha e gratuitamente em todos os aplicativos.
Confira também a obra Trajetórias das desigualdades, organizada por Marta Arretche e publicada pela Editora Unesp em 2015. Os catorze ensaios aqui reunidos descrevem um panorama denso e complexo das trajetórias das desigualdades de 1960 a 2010. Além do rigor conceitual e da perspectiva ampliada, os autores partilham como ponto de partida a fidelidade aos dados estatísticos das seis edições dos Censos Demográficos produzidos pelo IBGE no período.
Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
imprensa.editora@unesp.br