Georges Minois oferece uma análise saborosa sobre a Guerra dos Cem Anos

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domingo, 9 de junho de 2024

Sob a pena ágil do autor, que alterna narrativas detalhadas dos eventos e uma multiplicidade de exames, o conflito aparece como uma epopeia sangrenta e fundadora              

A questão é essencialmente formal, mas crucial quando se trata de um termo consagrado como "A Guerra dos Cem Anos". Será que esse título é uma invenção dos historiadores em busca de expressões impactantes, ou realmente houve um conflito tão prolongado? Se for o caso, estaríamos diante de um recorde absoluto, tão impressionante que levanta dúvidas. Essas dúvidas são reforçadas pelo fato de que nenhum contemporâneo ao conflito jamais usou esse termo. Em 1453, ninguém estava ciente de que estavam saindo de uma guerra de cem anos. Nenhum tratado declarou seu fim, e nem mesmo se sabe ao certo quando ela começou. Pois para mergulhar neste conflito e em suas implicações e contradições, nasce A Guerra dos Cem Anos: o nascimento de duas nações, do renomado historiador francês Georges Minois, em lançamento da Editora Unesp.

“As pessoas certamente sabem que estão envolvidas em um conflito interminável entre os reis da França e da Inglaterra. Porém, esse conflito é tão pontuado por tréguas e tratados que a cada vez parecem definitivos, como em Brétigny e em Troyes, que não é possível saber de verdade se o que ocorre é uma série de várias guerras ou um conflito único”, escreve Minois. “O fim é ainda mais problemático do que o começo, uma vez que nenhum texto oficial é assinado: nem armistício, nem tratado de paz. Nada. É preciso aguardar quase quatro séculos para que, finalmente, a ‘Guerra dos Cem Anos’ fosse oficializada.”

Ao longo das mais de seiscentas páginas, ficamos sabendo que, se as datas geralmente aceitas são 1337-1453, ou seja, 116 anos, é porque nesse período o confronto atingiu sua máxima intensidade e, apesar das tréguas, os dois países estiveram verdadeiramente em estado de guerra. Uma guerra aberta, com cercos, batalhas e destruição, ou uma guerra “fria”, especialmente durante os reinados de Ricardo II e Henrique IV, nas décadas de 1390 e 1400.

Segundo o autor, o que constitui a unidade desse conflito é a constância dos protagonistas e de seus objetivos: o rei da França contra o rei da Inglaterra, em torno da reivindicação deste último à posse integral ou parcial do reino da França. Essa foi a causa declarada de um século de massacres. No entanto, como sabemos, os objetivos declarados escondem realidades mais profundas envolvendo religião, política, economia e, na origem de tudo, questões de gênero ligadas à sucessão do trono. Neste livro, Georges Minois pretende mostrar que essa guerra vai muito além do simples confronto entre duas monarquias. 

Sobre o autor – Georges Minois é professor de História e historiador das mentalidades religiosas. Dele, a Editora Unesp publicou História do riso e do escárnio (2003), A idade de ouro (2011), História do ateísmo (2014), História do futuro (2016), História do suicídio (2018), História da solidão e dos solitários (2019), As origens do mal (2021), Henrique VIII (2022), História do inferno (2023) e História da Idade Média (2023).

Título: A Guerra dos Cem Anos: o nascimento de duas nações
Autor: Georges Minois
Tradução: Thomaz Kawauche  
Número de páginas: 630
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 128
ISBN: 978-65-5711-215-1

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