Henri Bergson renova o conceito de evolução em sua obra-prima

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terça-feira, 18 de outubro de 2016

Nobel de Literatura em 1927, o filósofo e diplomata Henri Bergson, nascido em 18 de outubro de 1859, em Paris, na França, está entre os autores franceses mais traduzidos no mundo. Sua obra-prima, A evolução criadora, foi publicada pela Editora Unesp em 2010, com tradução a partir do texto original. Diante da apologia ao rigor científico e às leis do determinismo, Bergson lança a afirmação de que a totalidade tem a mesma natureza do indivíduo, em um movimento incessante, com um impulso de liberdade criadora que transforma de forma irrefreável a matéria.  

Em busca de uma filosofia capaz de amarrar a teoria do conhecimento e a teoria da vida, para que estas, “por meio de um processo circular, impulsionem uma à outra indefinidamente”, Bergson questiona o mecanicismo e a finalidade, discute o tempo e os fenômenos vitais, o dualismo mente/corpo e a relação entre torpor, instinto e inteligência. O autor estabelece uma linha divisória entre o inorgânico e o organizado para efeito de reflexão, mas lembra que a matéria deve ser antes compreendida como um corpo indiviso – mais um fluxo do que uma coisa. Relaciona, assim, o inerte e o vivo.  

Em seguida, Bergson demonstra que essa mesma oposição se encontra entre a inteligência e o instinto, embora estes se destaquem sobre um fundo único, que ele denomina “consciência geral”. Sua visão, entretanto, é dotada de criticidade: para ele, a inteligência tal como é estruturada tem a função fundamental de ligar o mesmo ao mesmo, e somente são adaptáveis aos moldes da inteligência os fatos que se repetem. Poucos são os momentos nos quais o homem se reapodera de si e é realmente livre. É necessária uma contração de si sobre si próprio, a busca de uma “pura duração”.

Conceitos como intuição, duração, memória e impulso vital são elementos fundamentais do pensamento bergsoniano. A filosofia, para o autor, mantém uma relação com seu objeto de conhecimento que é o oposto da relação científica. A primeira pensa o absoluto, algo que só poderia ser dado a partir de uma intuição; a segunda pensa o relativo e é, portanto, dependente da análise.

Sobre o autor - Henri Bergson nasceu em Paris, a 18 de outubro de 1859 e morreu na mesma cidade a 4 de janeiro de 1941. Em 1900, tornou-se professor de filosofia do Collège de France. Consagrou-se como grande filósofo em 1907, quando lançou A evolução criativa. Em 1927, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Também é autor de Ensaios sobre os dados imediatos da consciência, Matéria e memória e As duas fontes da moral e da religião, entre outras obras. 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp