História da escrita, obra que acaba de ganhar nova impressão, é uma introdução atualizada desta ferramenta versátil que dá base à comunicação há seis mil anos. O linguista americano Steven Roger Fischer apresenta as dinâmicas sociais que envolvem a escrita, assim como suas origens, formas, funções e mudanças cronológicas dos sistemas de escrita em todo o mundo, das primeiras inscrições até os meios eletrônicos.
Fischer parte da dupla constatação de que escrita nasceu da necessidade humana de transmitir e armazenar informações e que grande parte dos sistemas de escrita inventados ao longo dos séculos se extinguiu. E isso acontece porque as formas de escrita mais antigas não se enquadram no conceito de escrita completa. Ou seja, não atendem a estes três requisitos: ter como objetivo a comunicação, consistir em marcações gráficas artificiais feitas em uma superfície durável e usar marcas que se relacionem entre si, que se articulem como a fala.
E à medida que a sociedade descobre novas necessidades e novas respostas, a escrita muda, se refina. Ou seja, a escrita muda à medida que a humanidade se transforma, dimensão da condição humana que Fisher acompanha passo a passo, chegando às novas estruturas onde computadores podem tanto “escrever” mensagens quanto programas inteiros. Com isso, os novos sistemas transcendem o que por muito tempo significou para nós a palavra escrita.
História da escrita ressalta ainda a autonomia que a escrita adquiriu como meio de transmissão de informações com a passagem da leitura em voz alta para a silenciosa. Quanto à democratização da escrita, outro aspecto importante que o autor apresenta é a popularização e o crescimento da indústria do papel, possibilitando a alfabetização em massa. O que antes era acessível a poucos, hoje faz parte do cotidiano de 85% da população mundial, aproximadamente cinco bilhões de pessoas.