Entre pintura e paixão, romance acompanha a intensa história de amor, entre o pintor Coriolis e a jovem modelo Manette, na transição do Realismo ao Naturalismo na literatura francesa
Nascidos em uma família aristocrática, os Goncourt desfrutaram do privilégio de dedicar suas vidas à arte. Edmond, estudioso de retórica, filosofia e direito, e Jules, prodígio em grego e latim, uniram forças para criar uma parceria literária extraordinária. O falecimento precoce de suas irmãs e a perda da mãe em 1848 moldaram suas vidas, proporcionando-lhes uma herança que libertou Edmond de uma carreira desinteressante para que ambos pudessem se dedicar integralmente à literatura. E desta frutífera parceria, a Editora Unesp traz Manette Salomon, novo título da Coleção Clássicos da Literatura Unesp.
“A história de amor, não livre de rusgas, entre o pintor Coriolis e a jovem modelo Manette é reveladora da transição Realismo/ Naturalismo na literatura francesa. Por um lado, em meio a suas telas e pincéis, Coriolis acalenta um ideal de sublimação, qual seja, ser capaz de oferecer ao mundo a sua obra-prima, a obra definitiva que, no limite, materializaria seu universo criativo; por outro, os problemas na vida afetiva atravancam o fluxo de tais pulsões artísticas”, escrevem os editores. “Manette, a presença feminina dominadora, sob cujos caprichos Coriolis gradativamente vê suas energias se esvaírem, personifica essa epifania impossível do artista – ao mesmo tempo que deixa entrever certa misoginia que dava o tom à época.”
A lendária proximidade entre os irmãos, sugerindo que nunca ficaram mais de 24 horas separados, aliada à ausência de casamento e compartilhamento de amantes, consolidou a imagem dos Goncourt como uma entidade quase indissociável na França. Seu primeiro romance, En 18..., lançado em dezembro de 1851 durante o golpe de Estado de Luís Bonaparte, foi seguido por uma fase prolífica, incluindo o notório Journal, uma coleção de anotações que capturam a vida social e literária francesa.
Essa miscelânea proporcionou aos Goncourt uma familiaridade única com uma variedade de perspectivas sociais, influenciando diretamente suas obras literárias. O desenvolvimento do naturalismo, um movimento artístico que exacerbava o realismo ao incorporar elementos científicos e darwinistas, foi refletido em romances como Manette Salomon, cujo enredo expõe as complexidades do mundo artístico parisiense, oscilando entre o sucesso e o fracasso.
“Rico em complexidades, Manette Salomon chegou a ser comparado, por exemplo, a A obra, romance de Zola de premissas semelhantes”, anotam os editores. “Seja como for, não é por acaso que os irmãos dão nome ao prêmio que, estabelecido em 1903, se mantém até hoje como a mais reputada distinção das letras francesas: o Prix Goncourt. O legado literário de Edmond e Jules é imenso.”
Sobre a coleção – Clássicos da Literatura Unesp constitui uma porta de entrada para o cânon da literatura universal. Não se pretende disponibilizar edições críticas, mas simplesmente volumes que permitam a leitura prazerosa de clássicos. A seleção de títulos é conscientemente multifacetada e não sistemática, permitindo o livre passeio do leitor. Confira aqui as obras já publicadas.
Título: Manette Salomon
Autores: Jules de Goncourt, Edmond de Goncourt
Tradução: Jorge Coli
Número de páginas: 544
Formato: 13,5 x 20 cm
Preço: R$ 94
ISBN: 978-65-5711-176-5
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