'Linhagens do Estado absolutista' ganha nova tiragem

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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Ao iniciar o seu Linhagens do estado absolutista, que acaba de ganhar nova impressão, Perry Anderson avisa que seu objetivo é estudar a natureza e o desenvolvimento do Estado absolutista na Europa de modo comparativo. Isso significa que, ao contrário de outros trabalhos de orientação marxista, que se caracterizam ou por não se preocuparem com observações teóricas ou se afastarem dos temas empíricos, o historiador inglês se volta para as variações de casos concretos, mas continua a observar as implicações gerais e a reciprocidade e as interconexões dos fatos. 

Mais do que isso: ao abarcar uma variada gama de exemplos e cenários, coloca o desenvolvimento dos Estados europeus no cerne das discussões sobre uma história universal, dando novo fôlego ao estudo das monarquias absolutistas. Dando continuidade a Passagens da Antiguidade ao feudalismo, lançado em 2016 no Brasil pela Editora Unesp, forma um quadro dentro do qual permite o entendimento da formação da sociedade capitalista moderna, principalmente das especificidades da formação da Europa moderna. 

Sem se prender a países isolados ou a períodos fechados, Anderson dá tanto atenção às zonas ocidentais quanto às orientais da Europa, examinando o absolutismo europeu “no geral” e “no particular”, simultaneamente. Ou seja, como coloca o próprio autor, “tanto as estruturas ‘puras’ do Estado absolutista, que o constituem como categoria histórica fundamental, quanto as variantes ‘impuras’ apresentadas pelas diversas monarquias específicas da Europa pós-medieval”. 

Partindo da premissa de que, na explicação histórica, “não há uma linha rígida entre necessidade e contingência separando diferentes tipos de investigação”, Anderson mantém unidas as tensões entre os focos de uma abordagem que se vale de conceitos gerais –  como tais como Estado absolutista, revolução burguesa ou Estado capitalista – e aquela que respeita a realidade histórica, sem ficar delimitado a áreas e períodos específicos. O resultado é um resgate da capacidade da escrita marxista de formular uma teoria racional e manejável no domínio da história.  

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp