Reflexão, conhecimento e diálogo como caminhos para uma convivência mais justa
(Foto: David Cabrera/Flickr)
A intolerância religiosa é um dos grandes desafios contemporâneos, presente em diferentes sociedades e contextos. Combater esse problema exige, antes de tudo, conhecimento. Entender as diversas tradições espirituais, seus valores, práticas e histórias é um passo fundamental para reduzir preconceitos e construir pontes de diálogo.
A filosofia, a sociologia e a história das religiões oferecem ferramentas valiosas para compreender a pluralidade cultural e espiritual do mundo. A leitura de obras que abordam essas temáticas ajuda a desfazer estereótipos, ampliar horizontes e cultivar o respeito pelas diferenças.
Para contribuir com essa reflexão, a Editora Unesp selecionou uma lista com livros essenciais sobre religião, que exploram desde fundamentos históricos até questões atuais envolvendo fé e sociedade.
Confira a lista completa e acesse nosso catálogo de obras sobre religião para aprofundar ainda mais o debate.
Sociologia das religiões
Jean-Paul Willaime
Percorrendo um caminho que vai das abordagens de Weber e Durkheim aos debates atuais sobre as questões religiosas, esta obra mostra que as religiões são fatos sociais cuja análise permite compreender melhor as sociedades e sua evolução. O objetivo de Jean-Paul Willaime não é apresentar as denominações existentes, mas sim o modo como se construiu, ao longo do tempo, através de uma pluralidade de olhares, um campo de estudo particular: a sociologia das religiões.
Símbolos naturais: Explorações em cosmologia
Mary Douglas
Cada “símbolo natural” carrega um significado social, e cada cultura estabelece suas leituras desta significação. No plano individual, cada pessoa trata seu corpo como uma imagem da sociedade. Seria possível buscar um substrato comum às diferentes sociedades? Ali onde se encontram regularidades no sistema, pode-se esperar encontrar os mesmos sistemas naturais de símbolos, sistemas que são recorrentes e identificáveis nas diferentes culturas?
As origens do mal: Uma história do pecado original
Georges Minois
Quem é o responsável pelas infelicidades que esmagam a humanidade? Depois de muitas hesitações, os primeiros Pais da Igreja buscaram a explicação no velho mito bíblico de Adão e Eva. Os bispos do concílio de Trento fizeram dele um dogma, afirmando que a falta do primeiro homem corrompeu a natureza humana. Desde então, a doutrina do pecado original moldou a moral cristã e, mais amplamente, a imagem do homem. Construída com cuidado e erudição, esta obra é instrutiva e instigante, feita para pessoas curiosas, crentes ou não, sobretudo numa época em que a distinção entre o bem e o mal — e sobretudo sua origem — se articula com dificuldade.
Sobre o culto moderno dos deuses "fatiches"
Bruno Latour
Este livro marca uma etapa fundamental do projeto de Bruno Latour: fazer uma antropologia positiva das sociedades ocidentais. É composto por dois textos, que desafiam duas noções: a de “crença” e a de “crítica”. Para isso, o autor articula duas noções centrais, a de "fatiche" e a de "iconoclash". Com sua mistura característica de ousadia intelectual e bom humor, Bruno Latour fornece neste livro algumas novas ferramentas para que os ocidentais investiguem a si mesmos e renovem seu olhar sobre outras culturas.
O livro dos milagres
Carlos Orsi
O objetivo deste livro é facilitar o acesso do público às conclusões científicas acerca de eventos tidos como milagrosos, com explicações e contextualização. Fontes são citadas e, sempre que possível, um pouco do ambiente histórico que cercou cada caso e investigação é descrito, para ajudar na compreensão e oferecer um pouco de cor e perspectiva. A principal motivação da obra é o argumento feito no século XIX pelo matemático William Clifford em seu ensaio A ética da crença: aquilo que você acredita ser verdade influencia as decisões que você toma, e com isso, o efeito que você tem sobre as pessoas ao seu redor e a sociedade em geral. Para o autor, muitas pessoas tomam decisões importantes sobre suas vidas, e sobre as vidas dos que lhes são próximos, baseando-se em mitologia travestida de história, em metáforas levadas a sério demais, em superstição posando como dado concreto.
História do ateísmo
Georges Minois
A atitude descrente é um componente fundamental, original, necessário e, portanto, inevitável em qualquer sociedade. Por isso tem obrigatoriamente um conteúdo positivo, e não se reduz unicamente à não crença. [...] É uma posição que acarreta escolhas práticas e especulativas autônomas, que tem portanto sua especificidade e sua história.
O zelo de deus
Peter Sloterdijk
Quais são os conflitos entre as três religiões monoteístas? Neste livro, são abordadas as questões sociopolíticas e psicodinâmicas que contribuíram para o surgimento da crença em um único deus e as formas dialógicas e conflituosas que podem ser assimiladas nos três monoteísmos – cristianismo, judaísmo e islamismo.
Dao De Jing
Laozi, Giorgio Sinedino (Org.)
O Dao De Jing (ou Tao Te Ching), tradicionalíssima coletânea de provérbios chineses, é a raiz de tradições religiosas e filosóficas milenares como o Taoismo e o Zen. Nos últimos séculos, após inúmeras traduções, despertou o interesse do público ocidental. A Editora Unesp lança esta tradução inédita com um enfoque particular: tornar mais compreensível a complexa tradição cultural da China, possibilitando uma visão de como seu povo percebe o mundo.
Da liberdade do cristão – 2ª edição
Martinho Lutero
Bilíngue em português e alemão, os quatro textos clássicos que compõe essa obra mostra como Martinho Lutero (1483-1546) modificou a língua, o imaginário e os valores do cristianismo. Escrito na segunda década do século XVI, o livro abriu novos caminhos para as formas do pensamento moderno.
História do inferno
Georges Minois
Neste livro, o olhar arguto e global de Georges Minois traz ao leitor contemporâneo uma súmula das concepções de inferno que acompanharam as principais civilizações humanas. Veremos também que, mesmo em face do declínio das crenças tradicionais e da Igreja católica, dos questionamentos à ideia de inferno dentro dos próprios ambientes eclesiásticos, o conceito ainda se faz presente e relevante, como se a história do inferno fosse também a história do homem confrontado com sua própria existência.
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