Pesquisadores Anastas e Warner apresentam fundamentos da química verde e ciência comprometida com a sustentabilidade

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terça-feira, 10 de junho de 2025

Pioneiros na área oferecem base teórica e prática para um novo paradigma científico e industrial
 

Mais do que tratar resíduos e danos ambientais já causados, a química verde busca preveni-los desde a origem. Essa é a proposta central de Química verde: teoria e prática, obra de Paul T. Anastas e John C. Warner, que chega ao Brasil em tradução pela Editora Unesp. Surgida como resposta à Lei de Prevenção da Poluição de 1990 (EUA), a química verde consolidou-se como um campo transformador: ao integrar eficiência, segurança e viabilidade econômica no desenvolvimento de produtos e processos químicos, apresenta um novo modelo para a ciência e a indústria no século XXI. A tradução foi realizada pelas professoras Cintia de Freitas Duarte Milagre, Dulce Helena Siqueira Silva e Juliana Vidal.

“Este livro não é um julgamento moral sobre a química, mas elucida as obrigações que os químicos, enquanto cientistas, têm ao fazer escolhas quando desenvolvem metodologias químicas. A química em si não pode ser nem ‘boa’ nem ‘má’ num sentido moral, pois é apenas um fenômeno natural que segue leis físicas. No entanto, os químicos possuem os conhecimentos e as competências para tomar decisões na prática de seu ofício que podem resultar em imensos benefícios para a sociedade ou causar danos à vida e aos sistemas vivos, sendo, então, responsáveis pela decisão tomada. Assim, embora a ciência da química não seja nem santa nem má, pessoas de caráter amoral, ignorante ou irresponsável fizeram mau uso da química e criaram um desdém popular pela ‘ciência central’ e por aqueles que fazem dela o seu ofício”, anotam os autores.

A publicação apresenta os fundamentos dessa abordagem, suas aplicações práticas e seus impactos já observáveis em áreas como catálise, uso de matérias-primas renováveis, tecnologias limpas e reaproveitamento de recursos. Mais do que um conjunto de técnicas, a química verde é um pensamento sistêmico: considera energia, água, alimentos e recursos naturais como partes interdependentes de um todo, em que a inovação deve começar no nível molecular. Para os autores, a adoção desses princípios vem sendo impulsionada por políticas públicas, regulamentações ambientais e, sobretudo, pela pressão social por soluções sustentáveis e de longo prazo.

Outro destaque da obra é sua ênfase no caráter educacional da química verde. A inclusão da temática em currículos acadêmicos, bem como ações de conscientização, tem formado novas gerações de profissionais com compromisso ético e ambiental. “A química verde utiliza as mesmas competências que os químicos sempre utilizaram ao longo da história da ciência. Este livro procura fornecer uma base e um enquadramento para perseguir a ciência da forma mais criativa, inovadora e responsável possível”, pontuam os autores, que apontam a interdisciplinaridade como chave para os avanços futuros: a colaboração entre química, biologia, toxicologia, física e engenharia – com o apoio de ferramentas como a toxicogenômica – será essencial para prever riscos e inovar com responsabilidade.  

Sobre os autores

Paul T. Anastas, considerado o “pai da química verde”, é professor na Universidade de Yale e pioneiro na definição dos princípios fundamentais dessa área, com vasta atuação acadêmica e governamental.

John C. Warner, renomado inventor e educador em química verde, é cofundador do Warner Babcock Institute for Green Chemistry.

Título: Química verde: teoria e prática
Autores: Paul T. Anastas e John C. Warner
Tradução: Cintia de Freitas Duarte Milagre, Dulce Helena Siqueira Silva, Juliana Vidal
Número de páginas: 160  
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 46
ISBN: 978-65-5711-276-2

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