A partir dos casos português e francês, Carlota Boto reconstrói a relação entre “instrução pública” na construção do conceito de civilização durante o século XVIII
A educação letrada foi uma das grandes protagonistas do Iluminismo. A partir de ideias científicas, históricas e seculares na forma de conceber o mundo, esse movimento intelectual extrapolou fronteiras nacionais e ressoa ainda hoje, quase três séculos depois de tomar forma. É em busca de resgatar a concepção iluminista de educação letrada como construção do processo civilizatório que nasce o livro Instrução pública e projeto civilizador: o século XVIII como intérprete da ciência, da infância e da escola, lançamento da Editora Unesp.
“Este livro tem por objetivo identificar os homens de saber do século XVIII – os teóricos do Iluminismo – como intelectuais de sua época, preocupados com questões relativas ao reconhecimento das novas gerações, ao avanço do conhecimento e da instrução pública como estratégias para aprimorar a vida em sociedade no tempo em que viviam”, escreve a autora, Carlota Boto. Ela buscará, principalmente, nos expoentes franceses Rosseau e Condorcet e no português Marques de Pombal elementos para “compreender os pressupostos político-sociais de suas reflexões sobre a ciência, a infância e a escola”
No primeiro capítulo, Boto traz à tona alguns projetos pedagógicos e concepções científicas que permearam as visões de Estado de autores iluministas portugueses; no segundo, fará um apanhado sobre Rosseau; e, no terceiro, a amarração de algumas ideias de Condorcet.
“O fundamental em reflexões como a apresentada por Carlota Boto neste livro não é, portanto, a figura reificada do intelectual”, anota a professora Ruth M. Chittó Gauer, que assina o prefácio da obra, “mas a complexa teia de relações entre a inteligência, seu tempo e as circunstâncias que se apresentaram no processo histórico. A autora não aborda apenas as ideias claras e racionais e os grandes sistemas de pensamento, mas abrange aquilo que os homens absorvem de seu ambiente mental: as ideias que ganharam força em uma época. Eis a importância e a atualidade desta obra. Carlota levanta alguns questionamentos que, no meu entendimento, expressam reflexões que ultrapassam a visão da modernidade e encaminham para pensar as grandes problemáticas do século XXI”.
Sobre a autora – Carlota Boto é professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), onde leciona Filosofia da Educação. Formada em Pedagogia (1983) e em História (1988) pela USP, é mestre em História e Filosofia da Educação pela FEUSP (1990), doutora em História Social pela FFLCH/USP (1997) e livre-docente em Filosofia da Educação pela FEUSP (2011). É autora de A escola do homem novo: entre o Iluminismo e a Revolução Francesa (Editora Unesp, 1996) e A escola primária como rito de passagem: ler, escrever, contar e se comportar (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012).
Título: Instrução pública e projeto civilizador: o século XVIII como intérprete da ciência, da infância e da escola
Autora: Carlota Boto
Número de páginas: 428
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 69,00
ISBN: 978-85-393-0687-9