Schopenhauer refina o debate a respeito da liberdade humana

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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Para o filósofo, a questão fundamental é: aquilo que queremos seria condicionado por algo ou surgiria de forma completamente independente e desvinculada de tudo que constitui nossa experiência? 

Num concurso promovido em 1839 pela Academia Norueguesa de Ciências, de Trondheim, foi posta em disputa a resposta a uma questão-título com a seguinte formulação: “Pode a liberdade da vontade humana ser demonstrada a partir da autoconsciência?”. Arthur Schopenhauer enviou anonimamente uma dissertação-resposta, com base na qual obteve o prêmio anunciado. É esta dissertação que a Editora Unesp ora apresenta: Sobre a liberdade da vontade, traduzida para o português por Lucas Lazarini Valente e Eli Vagner Francisco Rodrigues.

“Para Schopenhauer, a verdadeira questão acerca da liberdade não diz respeito ao fazer, mas ao próprio querer, à relação entre o predicado ‘livre’ e o próprio ato de volição”, escreve na apresentação o filósofo Oswaldo Giacoia Junior. “É dessa relação que trata o opúsculo Sobre a liberdade da vontade. A originalidade da obra – consentânea, aliás, com o que há de mais próprio na filosofia de Schopenhauer – consiste no deslocamento da pergunta: em questão encontra-se, então, a relação entre a vontade e os motivos, o problema que vai colocar em jogo a razão suficiente do querer: Posso querer (ou deixar de querer) aquilo que quero? É possível querer querer? Ou ainda, em outros termos: qual seria a gramática do querer?.”

No centro da exposição está a consideração do problema a partir de dois pontos de vista: num primeiro momento, empreendendo uma espécie de autoanálise e submetendo nossa própria vontade a exame; na sequência, observando se todos os demais componentes do mundo de nossa experiência poderiam eventual - mente ser tomados como desconectados do encadeamento causal que atravessa toda natureza, inorgânica ou orgânica  – pois só assim suas mais diversas manifestações poderiam ser não condicionadas por algo e, assim, livres.

A obra, para além de sua função complementar ao pensamento do filósofo alemão, pode também ser lida como introdução ao pensamento de Schopenhauer: dispensando a necessidade de qualquer tipo de pré-requisito, apresentam-se elementos centrais de sua teoria do conhecimento, quanto a uma amostra daquilo que é a visão fundamental em sua interpretação do mundo, em sua metafísica. 

Sobre o autor – Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um filósofo alemão do século XIX, cuja produção escrita se consagrou pelo pessimismo diante da vida. De sua autoria, a Editora Unesp publicou O mundo como vontade e como representação - Tomo I, O mundo como vontade e como representação - Tomo II e Metafísica do belo

Título: Sobre a liberdade da vontade
Autor: Arthur Schopenhauer 
Tradução: Lucas Lazarini Valente e Eli Vagner Francisco Rodrigues
Apresentação: Oswaldo Giacoia Junior
Número de páginas: 168
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 39
ISBN: 978-65-5711-041-6

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