Wálter Maierovitch desmonta as engrenagens da violência de Estado e da indústria bélica

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domingo, 28 de setembro de 2025

Em novo livro, jurista desafia a ideia de que a preparação para a guerra é a garantia de paz, expondo como essa lógica se tornou o motor de uma vasta e insidiosa indústria  

Nos corredores do poder, em gabinetes estratégicos e fóruns internacionais, a máxima romana Si vis pacem, para bellum (“se queres a paz, prepara-te para a guerra”) continua a orientar decisões cruciais. Mas o que acontece quando esse antigo preceito bélico é distorcido a serviço da violência institucionalizada e da engrenagem lucrativa da guerra? É esse o ponto de partida de O mercado da morte: conexões e realidades, lançamento da Editora Unesp que amplia as reflexões de Wálter Fanganiello Maierovitch sobre os mecanismos de poder, criminalidade e Estado. Jurista e professor, desembargador aposentado e autor do premiado Máfia, poder e antimáfia, vencedor do Prêmio Jabuti de Ciências Sociais, Maierovitch investiga agora a perversão da geopolítica por interesses que associam segurança à destruição.

Com sua habitual precisão analítica, o autor desmonta o discurso que vende a preparação bélica como caminho para a paz. Expõe o que chama de “mercado da morte”: uma rede que conecta o tráfico internacional de armas, os jogos geoeconômicos e a atuação de grupos terroristas, rebeldes e Estados autoritários. Satélites, drones e inteligência artificial não apenas redefinem o campo de batalha, mas moldam o conceito de segurança sob uma ótica distorcida.  

“A espionagem e seus inúmeros problemas também são um fio condutor da narrativa. Analiso como ela se tornou oficial, ‘chapa branca’, sob o nome pomposo de ‘inteligência de Estado’, e como se disseminou por meio de agências nacionais”, escreve. “Temos, usando uma linguagem cinematográfica, os ‘007’ infiltrados em países, por vezes atuando em cooperação internacional. É o vale-tudo sem limitações de fronteiras, com desrespeito à soberania dos países, onde assassinatos ficam impunes e o aprisionamento de inocentes se transforma em moeda de troca: até mesmo um jornalista por um traficante de armas, quando este último é detentor de segredos de seu Estado.”

Ao longo da obra, fica evidente a urgência de enfrentar os agentes da barbárie que operam à luz do dia, sob o disfarce da legalidade e com amparo em interesses econômicos. Como propõe o autor, é preciso confrontar esse sistema que, sob a máscara da defesa, semeia o ataque e a destruição. Uma leitura fundamental para quem deseja compreender as engrenagens do poder global, em um mundo onde a guerra deixou de ser exceção e passou a integrar o cotidiano das decisões políticas.  

https://www.youtube.com/watch?v=pykYAWIKWcU

Sobre o autor – Wálter Fanganiello Maierovitch é jurista e professor de direito processual penal, direito penal e constitucional, sendo membro do Instituto Pimenta Bueno de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo. Foi desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo. Fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, teve sempre entre seus principais focos de atenção a criminalidade organizada e seus impactos na sociedade. Tem dupla cidadania, brasileira e italiana, e recebeu do presidente da República italiana, pelo empenho na luta antimáfias, o título de Cavaliere della Repubblica. Pela Editora Unesp organizou, em parceria com Alessandra Dino, o volume Novas tendências da criminalidade transnacional mafiosa, em 2010, e conquistou o Prêmio Jabuti, em 2022, com Máfia, poder e antimáfia: Um olhar pessoal sobre uma longa e sangrenta história.  

Título: O mercado da morte: conexões e realidades
Autor: Wálter Fanganiello Maierovitch
Número de páginas: 188    
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 59
ISBN: 978-65-5711-304-2

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