O mercado da morte é um convite à reflexão e à indignação. Após se debruçar sobre a criminalidade que prolifera à sombra – em Máfia, poder e antimáfia, obra vencedora do Jabuti de Ciências Sociais –, Maierovitch agora se concentra na violência de Estado. Neste percurso, leva-nos a enxergar a dimensão real da ameaça representada pelos “mercadores da morte”, que operam à luz do dia, redefinindo nossa era e confrontando-nos com a urgência de defender a convivência civilizada e o valor inestimável da vida humana. Uma leitura essencial para compreender a anatomia de um sistema que, sob a máscara da defesa, semeia o ataque e a destruição.
Wálter Fanganiello Maierovitch é jurista e professor de direito penitenciário e constitucional, sendo membro do Instituto Pimenta Bueno de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo. Foi desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo. Fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, teve sempre entre seus principais focos de atenção a criminalidade organizada e seus impactos na sociedade. Tem dupla cidadania, brasileira e italiana, e recebeu do presidente da República italiana, pelo empenho na luta antimáfias, o título de Cavaliere della Repubblica. Pela Editora Unesp organizou, em parceria com Alessandra Dino, o volume Novas tendências da criminalidade transnacional mafiosa, em 2010, e conquistou o Prêmio Jabuti, em 2022, com Máfia, poder e antimáfia: um olhar pessoal sobre uma longa e sangrenta história.
A Coluna da Morte, obra que não era reeditada desde 1928, relata a experiência do lendário tenente João Cabanas na Revolução de 1924. Cabanas foi uma importante liderança em 1924, no maior conflito bélico ocorrido na cidade de São Paulo, que à época foi bombardeada pelas tropas legalistas do presidente Artur Bernardes.
Partindo de um recorte específico – “a história jurídica e política do sufrágio” nos Estados Unidos –, Alexander Keyssar enseja uma discussão ampla acerca do tortuoso caminho da democracia norte-americana. Nesta edição revisada pelo autor, são tratadas também questões que surgiram após o lançamento da versão original deste livro, em 2000, principalmente no que diz respeito à polêmica eleição presidencial de Bush versus Gore. Fruto de intensa pesquisa, O direito de voto traz elementos para o estudo da história política dos Estados Unidos desde a Independência, reunindo diversos documentos históricos – submetidos à análise provocadora de Keyssar – que dão conta do percurso do sufrágio em uma sociedade constituída em torno da autoimagem de pertencimento a um país livre, justo e democrático.
A presente coletânea teve origem no seminário O legado de Foucault, ocorrido na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara, no ano de 2004. Além de prestar uma homenagem a Michel Foucault (1926-1984) nos vinte anos de sua morte, foi uma ocasião para a realização de um amplo e diversificado debate sobre a influência teórica de seu pensamento às ciências humanas contemporâneas, especialmente em questões tratadas pela Sociologia, História, Filosofia, Política e Antropologia. O resultado obtido nos dá uma dimensão não só das possibilidades dos desdobramentos contemporâneos do pensamento de Michel Foucault no diagnóstico do tempo presente, mas do fato de que sua obra permanece, para o deleite do/as cientistas sociais que a respeitam, fonte inesgotável de recursos analíticos.
Esta obra faz uma crítica à execução da medida socioeducativa em meio aberto liberdade assistida, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo argumentação teórica, lastreada em pesquisa empírica nos processos de ato infracional, "a intervenção judicial não garante o acesso dos adolescente à plena cidadania, uma vez que não visa à superação da exclusão social e das condições precárias de cidadania - o que, de acordo com o documento legal, deveria ser a finalidade da medida". Trata-se de processo de normalização em que a intervenção estatal se resume à vigilância dos indivíduos e das famílias, até que o adolescente seja reinserido nos aparelhos disciplinares da escola, da empresa e da família normalizada. "Se isso não correr, o resultado da medida acaba por ser o registro da história de vida do delinquente juvenil, à disposição dos aparelhos de repressão criminal."
Em meados dos anos 1990, o discurso de um planeta unificado pelas forças do mercado empolgava e conhecia seu auge. Mas uma série de crises econômicas e mudanças geopolíticas decretam a morte de projetos como a Alca. Os textos reunidos nesta coletânea relembram este percurso e provocam uma ampla reflexão sobre a nossa época e o lugar do Brasil no mundo. Diversificados e escritos em momentos diferentes, formam um amplo panorama conceitual, mantendo uma relação constitutiva com o tempo histórico vivido.