Nesta obra é abordada a Gestão Territorial com o objetivo de compreender sua relevância e seus principais desafios, bem como as reais necessidades de obtenção de dados e recursos para seu êxito. Apresenta-se o paradigma do Cadastro Territorial Multifinalitário, seus conceitos fundamentais e o modo como ele é abordado em várias regiões e em vários países. Além disso, trata-se da Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE), considerada essencial para o desenvolvimento de projetos relativos à produção, gestão e exploração de dados geográficos e cadastrais, em contextos compartilhados por vários serviços do Estado. Finalmente, é apresentada uma análise dos requisitos e modelos para a Gestão Territorial, baseada no Cadastro Territorial Multifinalitário e com a utilização da IDE, com particular destaque para o Land Administration Domain Model (LADM). Por fim, é apresentada uma análise da situação do desenvolvimento dos sistemas cadastrais e sua aplicação na Gestão Territorial no Brasil e em Portugal.
Amilton Amorim possui doutorado (2000) em Transportes pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado (2009) pela Universidade do Porto (Portugal). É professor assistente da Unesp, no curso de graduação em Engenharia Cartográfica e no Programa de Pós Graduação em Ciências Cartográficas.
Marcos Aurélio Pelegrina possui doutorado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pós-doutorado em Geografia pela Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geotecnologias e Cadastro Multifinalitário, atuando principalmente em Cadastro e Gestão Territorial.
Rui Pedro Julião possui doutorado em Geografia e Planeamento Regional e atua como professor auxiliar e coordenador executivo do Departamento de Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Com base numa concepção integradora, os autores optam por focalizar a nova des-ordem mundial a partir de suas múltiplas dimensões enfatizadas em partes distintas ao longo do texto: econômica, política, cultural e ambiental, concluindo com uma proposta de regionalização do espaço mundial contemporâneo. Tudo isto sob a indispensável ligação com a história, pois, tal como afirmava o geógrafo e anarquista Élisee Reclus, "a Geografia não é outra coisa senão a História no espaço, assim como a História é a Geografia no tempo".
Temas como a luta contra a má alimentação, a permanência do camponês na terra, a recusa a transgênicos, a biodiversidade, a ocupação do território agrícola, a diversidade cultural, a proteção ambiental e a resistência às empresas multinacionais são debatidos neste livro por José Bové e François Dufour, também membro da Confederação Camponesa, em entrevista ao jornalista Gilles Luneau.
Os indivíduos sentem medo e por isso são subjetivos. Certos tipos de medo perseguem as crianças, outros aparecem apenas na adolescência e na maturidade. Em todos os estudos sobre o indivíduo e sobre a sociedade humana, o medo é um tema - esteja implícito como nas estórias de coragem e sucesso, ou explícito como nos trabalhos sobre fobias e conflitos humanos. Porém, não se tem procurado abordar o tema "paisagens de medo" como um tópico explorado por si mesmo e pelos esclarecimentos que possam trazer sobre as questões de interesse permanente: Que significa ser gente? Como é viver neste mundo? Neste livro, o autor explora essas questões, procurando em particular traçar laços e ressonâncias entre as diferentes paisagens de medo.
Este livro constitui-se em aporte ímpar, teórica e empiricamente em vista, pelo menos, de três razões: questiona o alcance das políticas de mercado de trabalho calcadas na ortodoxia econômica; reage ao relativo consenso (notadamente entre os economistas) de que o espaço “não importa” nas decisões econômicas; e, o mais importante, desmistifica a tese de que o desemprego seria mais grave nas regiões metropolitanas brasileiras vis-à-vis ao interior, raciocínio que tem levado o debate sobre a dinâmica do mercado de trabalho no interior do país à beira da condição de não questão!
Xico Graziano e Zander Navarro defendem nesta coletânea de artigos, publicados originalmente em jornais e revistas, que a antiga oposição entre a pequena e a grande produção rural foi reduzida de modo expressivo no Brasil, embora reconheçam a persistência, em especial no semiárido nordestino, da agricultura de subsistência. Para eles, um “novo mundo rural” emergiu de um processo histórico de modernização capitalista que remonta ao século XIX, consolidou-se nas últimas duas décadas e integrou o país definitivamente à economia globalizada, alçando-o à condição de potência agrícola. Há, porém, segundo os autores, uma “dissintonia” entre essa realidade e a visão do país sobre o campo: “Certas análises sobre o desenvolvimento agrário, especialmente aquelas elaboradas por uma parcela dos pesquisadores universitários, resistem à contemporaneidade. Motivadas por um duradouro ranço ideológico, permanecem ancoradas no passado, insistindo em temas e argumentos sem nenhuma aderência à realidade observada no mundo rural”. Para os autores, assim, a “questão agrária” já foi superada no Brasil. Hoje, afirmam, seria mais importante iniciar um processo efetivo de desenvolvimento rural para tornar os “com terra” economicamente viáveis, do que continuar discutindo a reforma agrária, cujo protagonista, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), “perdeu o rumo da História e não representa quase ninguém”. O livro analisa o processo de modernização do campo, vinculando-o a suas origens mais pálidas, a antiga Lei de Terras (1850) e a abolição dos escravos (1888), e também às mais robustas, representadas pela instituição do sistema nacional de crédito rural (décadas de 1960 e 1970), a criação da Embrapa (1973) e a estabilidade econômica conquistada nos anos 1990. Um dos temas mais evocados é a agricultura familiar, que poderia protagonizar um futuro ainda mais promissor para o agronegócio brasileiro, ao lado das grandes propriedades, mas não deslancha por falta de políticas públicas eficientes, de difícil implementação até mesmo po