Berta Braslavsky relata a experiência de um projeto educacional pioneiro desenvolvido na região de Buenos Aires. Sua questão central é o papel desempenhado pela escola na alfabetização inicial. Fundamentando-se na psicologia sócio-histórico-cultural de Vigotsky, tal experiência desenvolveu um paradigma didático que revalorizou as funções da instituição. Contrariando os teóricos da desescolarização, o projeto educacional em questão mostra como a escola deve recuperar sua missão histórica de democratização da cultura.
Autor deste livro.
Em um percurso no qual se entrelaçam debates teóricos e metodológicos sobre alfabetização, Mortatti destaca o problema do método como objeto de estudo privilegiado da reflexão pedagógica no Brasil. Essa escolha serve de eixo a uma reconstrução da história da alfabetização, que vai do aparecimento da Cartilha maternal (1876) às pesquisas sobre psicogênese e ontogênese da língua efetuadas nos anos 1980.
Dentre os vários assuntos discutidos neste livro, estão os medos na infância, a importância das brincadeiras, as formas de se lidar com o egoísmo infantil, o papel da escola maternal e a relevância da educação sexual. Russell aborda esses e outros aspectos que ainda frequentam a agenda dos debates pedagógicos – como a questão dos castigos físicos, por exemplo – de maneira bastante inovadora para a época e extremamente influente para experimentos educacionais posteriores.
A abordagem de um passado recente da alfabetização no país no livro Lourenço Filho e a alfabetização, de Estela Natalina Mantovani Bertoletti, contribui para o debate de problemas atuais das escolas públicas como os altos índices de evasão e repetências de alunos da primeira série do Ensino Fundamental. A Cartilha do Povo, publicada pela primeira vez em 1928 e utilizada por mais de seis décadas como instrumento de alfabetização nas escolas brasileiras, e a cartilha Upa, cavalinho!, publicada de 1957 a 1970, ambas idealizadas pelo educador Manuel Bergström Lourenço Filho (1897-1970), são os objetos de estudo de Estela. Para a autora, as cartilhas de alfabetização continuam a exercer um papel "mediador" e "concretizador" de teorias e métodos da alfabetização nas salas de aula das escolas brasileiras, em dissonância com as teorias atuais de alfabetização, como o construtivismo, que combatem e pretendem superar esse instrumento.
Este livro debruça-se sobre a feminização da profissão de professora, buscando compreender como as pioneiras da profissão (São Paulo – fins do século XIX até a década de 1930) desafiaram as estruturas de desigualdade social e conquistaram um espaço de trabalho que se constitui espaço essencialmente feminino, cruzando definitivamente seus destinos com a Educação.
História de instituições escolares, este trabalho é também história da instituição escolar. Baseando-se na reconstituição da história das Escolas Primárias Graduadas do Estado de São Paulo nas duas primeiras décadas republicanas, Rosa de Souza procura atingir um objetivo duplo: por um lado, trata-se de desvendar a cultura escolar que tornou essas instituições modelares; por outro, trata-se de identificar a gramática que as estrutura como modalidade institucional de organização da escola primária.