O cortesão, de Baldassare Castiglione (1528), é referência central na cultura européia renascentista. Trata-se de guia em forma de diálogo para a conduta na corte. Dada a sua importância para a compreensão do espírito da época em que foi elaborado, O cortesão tem merecido análises cuidadosas nos últimos anos. O estudo de Burke, no entanto, enfoca o impacto da obra de Castiglione na Europa, em particular sobre leitores dos séculos XVI e XVII.
Peter Burke é um historiador inglês nascido em 1937, atualmente professor emérito da Universidade de Cambridge. Durante sua carreira, lecionou em outras instituições de prestígio, como as Universidades de Princeton e Essex; foi ainda professor visitante da Universidade de São Paulo entre 1994 e 1995. Especialista em História Moderna Europeia, é autor de, entre outros títulos, História e teoria social, A arte da conversação, A escrita da história: novas perspectivas, O que é história do conhecimento? e Testemunha ocular: o uso de imagens como evidência histórica – também editados pela Editora Unesp.
Discutindo conceitos fundamentais, como ideologia, significação e discurso, e analisando escolas que se aproximam das idéias de F. R. Leavis, o marxismo althusseriano, o pós-estruturalismo de Foucault e Derrida e o New Historicism, os autores defendem que existem importantes deficiências nas bases conceituais e nas implicações políticas e literárias da teoria literária contemporânea.
Os textos que compõem Línguas e jargões estudam as línguas semiprivadas, dialetos ou jargões desenvolvidos por diferentes grupos sociais, analisando suas funções e mudanças através do tempo. Em seu conjunto, estes ensaios constituem contribuição definitiva à história da linguagem e à sociolingüística.
Este volume pioneiro reúne uma equipe internacional de historiadores para apresentar a prática da tradução como uma parte da história cultural. Embora a tradução seja essencial para a transmissão de ideias, sua história tem sido geralmente negligenciada pelos historiadores, que a relegaram a especialistas em literatura e línguas. O livro procura compreender as contribuições da tradução para a difusão de informações na Europa Moderna, concentrando-se na não-ficção: a tradução de livros sobre a Religião, História, Política e especialmente Ciência, ou "Filosofia Natural", como era geralmente conhecida nessa época. Os capítulos tratam de diversas línguas, incluindo latim, grego, russo, turco e chinês. A obra atrairá especialistas e estudantes dos períodos Moderno e posteriores, e historiadores da Ciência e da Religião, bem como qualquer pessoa interessada nos estudos da tradução.
Estudo interdisciplinar que examina o papel da língua falada e escrita na formação do nosso sentido de realidade e na construção do nosso próprio eu. Na primeira parte, estudam-se línguas de densidades especiais. Na segunda, é examinada a política da língua. E na terceira, as relações entre formas de expressão e desenvolvimento na autodefinição do indivíduo.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.