Livro que se dedica à reconstituição do percurso do romance brasileiro no período da ditadura militar. Renato Franco procura compreender a forma pela qual os escritores responderam às questões postas pela realidade nacional no pós-64. A análise centra-se no romance A festa, de Ivan Angelo. O esclarecimento de seus aspectos ideológicos e políticos é acompanhado pelo estudo da sua estrutura formal.
Renato Franco é araraquarense, cursou Filosofia na FFLCH-USP, foi jornalista em São Paulo. Mestre em Teoria Literária pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp e doutor em teoria literária pela Unesp – Araraquara, é professor dessa instituição desde 1985, tendo também lecionado filosofia na FCL – Unesp – Assis. É autor de ensaios publicados em revistas especializadas sobre a produção cultural brasileira dos anos 1970 e sobre os autores da Escola de Frankfurt.
A cuidadosa seleção dos verbetes, sua esmerada tradução e um esclarecedor texto introdutório tornam este um volume indispensável para estudiosos de Filosofia, de Política e de História, e para aqueles que desejam conhecer um pouco melhor o pensamento de uma época que marcou indelevelmente a história cultural do Ocidente.
A presente obra divide-se em duas partes: uma metodologia geral e um conjunto de estudos de caso. Tem como objeto a análise de fenômenos que costumamos chamar “sociais” (classes, fábricas, movimentos de luta), mas uma de suas forças é justamente o fato de manter distância do predicado “social”, em benefício de outro, considerado mais fundamental: o predicado “política”.
Este livro é uma bem fundamentada e criativa reflexão sobre alguns dos mais importantes autores modernos e contemporâneos (Kant, Hegel, Fichte, Marx Weber, Lukács, Freud, Adorno entre outros) em torno de problemas políticos decisivos de nosso tempo, do ponto de vista da emancipação humana.
Este trabalho objetiva definir o que significou o fragmento literário para o pensamento filosófico e teórico do Primeiro Romantismo Alemão, como o mesmo fragmento configurou-se numa forma original de expressão e de que maneira ele se aproxima da poiesis, apagando os limites entre criação artística e reflexão teórica. Com os primeiros românticos, sobretudo Novalis e Schlegel, a ideia de crítica literária perderá muito de sua característica judicativa, isto é, uma obra de arte já não deveria ser entendida, analisada ou julgada por um conjunto de valores predefinidos, fundamentados no gosto ou nas normas vigentes nos mais diferentes tratados estéticos de composição. Assim, notadamente em Novalis, surge o fragmento literário, uma espécie de estrutura aforística, que encontra sua forma na herança do pensamento filosófico greco-latino, sobretudo, nas grandes ruínas textuais do pensamento pré-socrático. Mediante o fragmento literário, Novalis revê o ideal de crítica com base em uma linguagem criadora: a poiesis original, que se amalgama à linguagem teórica e potencializa os sentidos da crítica, que passa a atentar para a estrutura e as características singulares de cada obra, e não mais se permite guiar por um conceitual padronizado, prefixado, com suas normas, postulados e regras gerais.
Affonso Romano de Sant'Anna recompõe neste livro seu percurso como ensaista, lançando um olhar atualizado sobre a produção crítica, literária e acadêmica do país. Revisita os caminhos que o levaram a incorporar a estilística, o estruturalismo, a teoria da carnavalização e a psicanálise em sua experiência universitária. Refere-se também a sua experiência em jornais, assinalando as vocação multidisciplinar e polêmica que o levaria ao reestudo tanto do Barroco quanto da Arte Contemporânea.