Analisar o imaginário europeu na época das grandes navegações. Foi com esse objetivo em mente que Patrícia Seed analisou as cerimônias de posse da terra empreendidas pelos conquistadores espanhóis, portugueses, franceses e ingleses, de 1492 a 1640. O resultado é a reconstrução, por intermédio da antropologia e da crítica literária, das coordenadas gerais de um ideário que acabou por ser também incorporado ao Novo Mundo.
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Neste livro, Robson Mendonça Pereira investiga as ações de intervenção na cidade de São Paulo na década de 1910 na administração de Washington Luís (1914-1919), período prolífico de discussões sobre a introdução das concepções da urbanística moderna e da dificuldade de sua difusão por conta da opção formal da elite paulista pelas soluções de inspiração haussmanniana. Washington Luís pode ser considerado uma das poucas personalidades a conseguir metamorfosear o discurso da modernização em ação efetiva sobre o espaço da cidade na Primeira República. Como representante da alta burocracia estatal paulista, inaugurou um estilo de gestão administrativa que aliava a racionalidade técnica aos símbolos de uma modernidade triunfante na passagem da Belle Époque para os anos de 1920.
Em meio a um acelerado avanço tecnológico, o mundo capitalista se viu às voltas, no final do século XX, com uma variedade de males que acreditava haver erradicado: desemprego, depressões cíclicas, população indigente em meio a um luxo abundante e o Estado em crise. As próprias revoluções tecnológicas nas áreas do átomo, da informação e da genética se desenvolvem num estado de vazio ético no qual as referências tradicionais desaparecem. Um claro paradoxo se instala nas sociedades pós-modernas: ao mesmo tempo que se libertam das amarras dos valores de referência, a demanda por ética e preceitos morais parece crescer indefinidamente. O economista Gilberto Dupas busca, neste livro, em 2ª edição revista e ampliada pelo autor, uma ética para os novos tempos capaz de introduzir o dever onde tudo é poder. E pergunta-se como o Estado poderia recuperar sua condição de efetivo representante da vontade da sociedade civil.
Por que o homem tornou-se agricultor? A que picos inesperados de produtividade alguns milhões de agricultores motorizados, mecanizados e especializados chegaram ao final do século XX? Ao retraçar a prodigiosa epopeia que vai das primeiras domesticações de plantas e animais às agriculturas diferenciadas de hoje, este livro mostra que a recente crise da economia mundial está enraizada na instauração da concorrência, que não leva em conta as heranças agrárias das diferentes regiões do mundo. Os autores propõem uma estratégia mundial capaz de desenvolver a agricultura camponesa pobre e de dar novo impulso à economia.
A radicalização de posições por parte do governo Bush não está associada ao abandono do consenso hegemônico, decorrente da aceleração de uma crise de caráter estrutural que impõe a dominação aberta como única alternativa. A exacerbação do poder duro busca lidar preventivamente com fatores de instabilidade associados a uma conjuntura de transição entre a bipolaridade da Guerra Fria e a ordem em configuração. Apesar das controvérsias sobre o grau de autonomia dos Estados Unidos e dos métodos privilegiados no combate às ameaças, não se prevê qualquer mudança imediata ou de médio prazo na cúpula do poder. Tanto a União Europeia quanto o Japão, a China e a Rússia trabalham pela acomodação de interesses diante da superioridade militar estadunidense, cuja equiparação exigiria esforços no momento impraticáveis, optando-se pelos ganhos econômicos que no futuro possam garantir maior projeção internacional.
Livro que se dedica à reconstituição do percurso do romance brasileiro no período da ditadura militar. Renato Franco procura compreender a forma pela qual os escritores responderam às questões postas pela realidade nacional no pós-64. A análise centra-se no romance A festa, de Ivan Angelo. O esclarecimento de seus aspectos ideológicos e políticos é acompanhado pelo estudo da sua estrutura formal.