A naturalização da subjetividade na filosofia de Merleau-Ponty
A filosofia Merleau-Ponty é uma reflexão sobre a experiência humana: o corpo e a percepção, a consciência e a subjetividade. Essa reflexão faz-se no horizonte da tradição cartesiana que formulou uma metafísica dualista da consciência enquanto puro Cogito. Rompendo com esse dualismo, Merleau-Ponty reúne o que a tradição cartesiana separou: mente e corpo, pensamento e percepção, consciência e mundo.
José de Carvalho Sombra é licenciado em Filosofia. Defendeu seu mestrado sobre Merleau-Ponty, pela PUC de São Paulo. Prosseguiu seus estudos nas Universidades de Louvain e de Paris I. Doutorou-se em Filosofia da Mente pela Unesp de Marília. Foi professor de Filosofia na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Unesp, câmpus de São José do Rio Preto.
Tema candente nos principais debates contemporâneos, os direitos humanos têm aqui um inovador e surpreendente estudo sobre sua fundamentação histórica. Onde residem suas raízes: teria a tradição judaico-cristã lhes dado origem? Ou seriam eles uma invenção do iluminismo?
Iris Murdoch está entre os grandes filósofos e escritores do século XX e A soberania do Bem é sua obra filosófica mais importante e de impacto mais duradouro. Certa vez, Murdoch observou: “a Filosofia muitas vezes é uma maneira de encontrar ocasiões para dizer o óbvio”. O que era óbvio para Murdoch – e se tornou também àqueles que leem seu trabalho – é que o Bem transcende todas as coisas – até mesmo Deus. Ela argumenta que a Filosofia erroneamente tem se concentrado em cogitar sobre o que é certo fazer, em detrimento do quão bom é necessário ser. Segundo ela, essa distorção só pode ser corrigida a partir da restauração da noção de “visão” ao pensamento moral.
“À utopia da gramática – quer dizer, a uma concepção da linguagem que ignora todo lugar, geográfico ou histórico, norte e sul, antiguidade e modernidade, em sua vontade de universalidade – a linguística de Rousseau opõe uma topologia que procura sobretudo as diferenças de lugar, no espaço e no tempo, mas também no interior de uma mesma sociedade [...]. À lógica que atravessa a linguagem em direção à universalidade do entendimento, Rousseau opõe uma espécie de estilística que enquadra a verdade da linguagem no sistema das diferenças locais e históricas, num pluralismo de linguagens qualitativamente diferentes.” Rousseau expressa seu pensamento de modos diversos, adequando o estilo a leitores específicos: vai das ciências à autobiografia, passando pela filosofia e pelo direito, com lugar ainda para o romance, o teatro e a música. Tal multiplicidade, alguns alegam, sinaliza incoerência. A unidade de sua obra é, nesse sentido, um problema de primeira importância para os comentadores sistemáticos. O exame da recepção dos escritos de Rousseau constitui o pano de fundo perante o qual Bento Prado Júnior apresenta sua tese sobre os auditórios: a unidade do pensamento – ou da teoria – infere-se da tipologia dos sujeitos discursivos, quer no interior da própria obra (seja esta coerente ou não), quer na trama entre o autor e seu público.
Diz-se que o homem é um ser social. Mas o que exatamente significa essa frase? Quais as consequências desta observação aparentemente banal, que não há um eu sem um você? O ser humano estaria condenado à incompletude? Neste livro não há, como avisa o autor, um discurso fechado em certezas ou verdades absolutas, mas um amplo vasculhar sobre a questão.
Se a idade de ouro nunca existiu – a não ser na imaginação – nem se avizinha, por que a felicidade é, mais que nunca, uma exigência massacrante? E o que buscar neste início de século, quando as referências se desmembram e a existência perde o sentido? Eis uma obra que revisita – desde a Antiguidade até os tempos correntes – a história da procura por essa felicidade. Nunca conquistada, mas exaustivamente procurada.