Canto nacional e fala brasileira na obra de Mário de Andrade
Literatura e música entrelaçaram-se na vida de Mário de Andrade, impulsionando-o a viabilizar o Congresso da língua nacional cantada, em 1937. Este livro defende que esse episódio ligou-se à relevância dada pelo Mestre Mário à educação e à cultura como ferramentas reformadoras da sociedade e à atuação de uma elite instruída nesse processo; analisa alguns de seus trabalhos que tenham como fio condutor temas como língua nacional, canção e interpretação buscando o porquê do alto valor atribuído a eles; e apresenta algumas de suas reflexões a respeito de nomes do cenário artístico, nas quais firmou o seu conceito a respeito da função social do intelectual. Além disso, este volume evidencia a pluralidade de ocupações e preocupações do autor de Macunaíma: um pouco de cada faceta sua se revela neste obra, essencial para intérpretes, musicólogos e estudiosos da cultura.
Maria Elisa Pereira é bacharel em História e em Música/Canto e mestre em Musicologia pela Unesp. Publicou recentemente os artigos Virtuosa virtuose: a interpretação da canção brasileira na visão de Mário de Andrade; Mário de Andrade e o dono da voz e O Departamento de Cultura do Município de São Paulo e o Congresso da língua nacional cantada de 1937. Atualmente cursa o doutorado em História Social na Universidade de São Paulo.
A proposta deste guia é abordar o aspecto literário do texto bíblico. Os ensaios que o compõem situam os diversos livros bíblicos em seu contexto, avaliam suas implicações e precedentes histórico-sociais, além de expor suas características e estruturas temático-formais. Dessa forma, o texto bíblico é apresentado em toda sua riqueza literária.
Este livro empreende uma análise conjugada da experiência social de Júlio Ribeiro e de seus textos no âmbito das letras paulistas, entre as décadas de 1870 e 1890, com o objetivo de ultrapassar o rótulo estigmatizante de "autor de um romance obsceno" - A Carne (1888) - elaborado por seus coetâneos e perpetuado na memória histórica.
O ceticismo, doutrina filosófica clássica e influente, encontra em Sexto Empírico um de seus expoentes máximos. Em Contra os retóricos, documento central para a história dos estudos sobre a retórica, o filósofo debate e critica a pretensão daqueles que se propõem a ensinar essa arte do uso sistematizado da linguagem.
O grande desafio deste livro está na habilidade de realizar análises críticas de três dos principais escritores em língua portuguesa de todos os tempos: Guimarães Rosa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Os elementos comuns estudados incluem a crítica à sociedade patriarcal nacional e, acima de tudo, uma ponte constante, com idas e voltas, entre a história e a literatura. Roncari consegue desvendar caminhos interpretativos com base na leitura atenta de descrições de cenas e paisagens, além de verificar como a escrita se comunica com o poder econômico e social. Texto e contexto são assim relacionados com extrema competência, mostrando como instabilidades de ordem social presentes no sistema capitalista encontram reflexo na literatura e vice-versa.
Este estudo revela a importância de pregadores imperiais como gênese de uma intelectualidade brasileira, no início do século XIX. Ele demonstra o papel fundamental da oratória sagrada no Brasil oitocentista, em um tempo onde o analfabetismo era imenso, e a palavra falada, o principal mote às discussões locais. A Corte havia chegado recentemente, o sistema administrativo estava ainda em formação, e as igrejas constituíam os poucos espaços que reuniam a população. A par de um fervor religioso, forma-se também um sentido de identidade nacional, que vem a originar a construção de um discurso brasileiro.