Quais seriam os limites entre uma literatura infantil, ou infantojuvenil, e a literatura “adulta”? Constituiria a literatura infantil um afluente no grande curso da literatura mundial ou seria ela parte integrante e inseparável do todo? A partir de quando terá existido uma literatura com foco específico em um público infantil? Buscando desenovelar essa história, este livro ajusta lentes para enxergá-la de perto, dentro de outra história, a história da literatura no Brasil.
Marisa Lajolo foi professora na Unicamp e atualmente leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduada e pós-graduada pela USP, tem pós-doutorado e estágios de pesquisa em universidades europeias e norte-americanas. Coordenou o projeto temático que trabalhou com a documentação lobatiana depositada na Unicamp, que resultou no livro Monteiro Lobato, livro a livro: Obra infantil (em parceria com João Luís Ceccantini), que ganhou o Prêmio Jabuti em 2009, na categoria não ficção. Em 2018, também pela Editora Unesp, publicou Literatura: Ontem, hoje, amanhã.
Regina Zilberman foi professora titular na PUCRS e atualmente leciona no Instituto de Letras da UFRGS. Graduada em Letras, é doutorada pela Universidade de Heidelberg (Ruprecht-Karls, 1976), com estágios de pós-doutoramento no University College (Inglaterra, 1980-1981) e na Brown University (Estados Unidos, 1986-1987). Dedicada a temas vinculados à literatura infantojuvenil e à Teoria da Literatura, é autora de diversos livros, colaborando também em jornais e revistas da área. Em 2019, pela Editora Unesp, publicou A formação da leitura no Brasil, com Marisa Lajolo.
Estuda todos os 28 livros de Lobato dirigidos ao público adulto, por meio de ensaios que analisam e interpretam o pensamento social, político e estético do incontrolável autor de Cidades mortas e O escândalo do petróleo. Sua obra adulta apresenta um lado menos conhecido de Monteiro Lobato: visionário, polêmico, empreendedor, inovador, nacionalista, militante.
Leonardo Arroyo (1918-1986) foi jornalista, contista, ensaísta, autor de livros infantis e poeta. Dentre seus diversos livros publicados está Literatura infantil brasileira, lançado originalmente em 1968. Intensamente lido e citado por quantos se interessam pelo tema, esse texto apresenta um vasto panorama da literatura nacional que circulou entre as crianças brasileiras, tomando por ponto de partida a literatura oral e chegando até a produção de Monteiro Lobato.
A partir do exame das ações do PNBE – Programa Nacional Biblioteca na Escola – e dos impactos de uma política pública no espaço escolar, este livro discute dados de pesquisa realizada nas 181 escolas do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte.
Este livro reúne ensaios escritos em diferentes momentos, mas que têm como eixo comum a literatura juvenil produzida no Brasil do final do século XX ao início do XXI e duas preocupações explícitas: de um lado, a discussão da possível especificidade da chamada literatura juvenil; de outro, o estudo das implicações de sua utilização no ensino. Como os textos procuram demonstrar, enquanto a produção literária voltada exclusivamente para o público infantil parece bem caracterizada e ocupa lugar definido na atividade leitora das crianças, a literatura juvenil é frequentemente associada a finalidades didáticas e encontra certa resistência por parte da comunidade acadêmica, que tende a considerá-la menor ou mesmo um mero produto de consumo. Nestes ensaios, o autor oferece uma contribuição para o aprofundamento dos estudos da literatura juvenil e apresenta propostas de seu uso na sala de aula, às vezes sob a forma de roteiros de leitura, para que tanto o professor como o aluno possam tirar o melhor proveito da leitura dos livros analisados.
Publicado em 1920, 18 anos depois de Os sertões, de Euclides da Cunha, oferece uma fascinante visão dos diversos episódios que envolvem o beato Antônio Conselheiro, uma das figuras mais controversas da história brasileira em sua ambivalente posição de herói de multidões politicamente reprimidas e/ou de fanático religioso.