Este livro apresenta a agroecologia e sua complexidade, propondo um modelo de desenvolvimento territorial baseado na organização camponesa para produção de alimentos com base na policultura e na valorização da diversidade das paisagens, dos ecossistemas e das espécies como modo de valorização da vida.
Peter M. Rosset é professor de Agroecologia em El Colegio de la Frontera Sur (Ecosor), no México. É também professor do Programa de Pos-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ambos no Brasil, e pesquisador visitante do Instituto de Pesquisa Social (Cusri) da Universidade de Chulalongkorn na Tailândia.
Miguel A. Altieri é professor emérito de Agroecologia do Departamento de Ciência Ambiental, Política e Administração, da Universidade de Califórnia, em Berkeley, co-diretor do Centro Latinoamericano de Investigaciones Agroecologicas (Celia) e agricultor da lavoura agroecológica Ines em Alma Mia, Antioquia, Colômbia. Ele foi presidente fundador da Sociedade Científica Latino-americana de Agroecologia (Socla).
As culturas conflitam-se e dialogam, entrecruzam-se, não há cultura nem raça puras. A grande Ibéria está aqui na perspectiva brasileira da Nova Ibéria continental americana à Antiga Ibéria peninsular europeia, ida e volta: encontros, desencontros e reencontros também pelos oceanos das Áfricas e Ásias lusófonas e hispanófonas até a Oceania das Filipinas e Timor Leste; do passado ao presente e futuro num mundo de culturas em blocos linguísticos, fonopolítica ora liderada pelos anglófonos diante da resistência de outros povos.
A partir do estudo do sistema internacional contemporâneo, este livro mergulha na constituição histórica e na atuação dos atores políticos brasileiros no Mercosul. Inclui ainda um capítulo sobre os grupos de interesses no contencioso Brasil-Argentina do açúcar. Este livro, de Marcelo Fernandes de Oliveira, é uma contribuição aos estudos de relações internacionais de parte de uma geração nova, que está ocupando seu espaço na vida intelectual brasileira. Essa área do conhecimento tem crescido: dos anos 90 até agora, a ampliação do número dos pesquisadores permitiu o adensamento dos estudos das correntes teóricas que se movem no mundo, viabilizando a aplicação crítica dessas ferramentas para a compreensão da política exterior do país. O tema da integração regional tem tido destaque, particularmente o Mercosul, visto ser considerado relevante para a compreensão da inserção internacional do Brasil. Este livro discute essas questões, aprofundando os temas dos mecanismos decisórios, dos atores institucionais, políticos e sociais. Há uma contribuição específica, ao dar destaque ao papel do Parlamento e dos seus limites no tocante à política exterior.
A fisiocracia foi muito mais do que a primeira escola de pensamento econômico da história. O grupo formado e liderado pelo cirurgião e médico da corte de Luís XV, François Quesnay, compartilhava um sistema teórico bastante sofisticado e coeso, produto de uma visão abrangente do mundo e base de um vasto programa de reformas econômicas e políticas, a partir do qual buscou influenciar o debate e as políticas econômicas francesas da década de 1760. O legado da fisiocracia para a ciência econômica é inegavelmente grandioso, ao mesmo tempo em que é profundamente ambivalente. Por um lado, nasce ali um novo tipo de saber que não apenas tematiza a interdependência das diferentes classes e setores da economia ou o caráter circular e cíclico da produção e da circulação das riquezas, mas também traz consigo um novo modo de pensar o econômico, a modelagem – um modo tão inovador que será necessário mais de um século e meio até que ele se torne a norma entre economistas. Por outro, também nasce ali a arrogância de um especialista que se acredita em posse de um saber superior a respeito do funcionamento da sociedade e que acredita, no pior dos casos, que lhe cabe empregar todos os meios disponíveis, inclusive violentos, na tentativa de conformar o mundo a esse saber, ou, no melhor, lamenta a teimosia de todos aqueles que se recusam a ver em seus ensinamentos uma verdade absoluta.
A tarefa do autor é mostrar que, ao lado das leituras estéticas, teológicas, litúrgicas, tradicionais, uma leitura antropológica é possível. Tais "leituras de ícones" têm como objetivo não somente fazer com que conheçamos melhor as tradições nas quais eles foram concebidos, mas também nos iniciar na prática visionária que os inspirou, permitindo-nos verificar os elementos dos quais o ícone é composto: as cores e as formas que o estruturam, e as razões que explicam seu poder inspirador.
Marramao discute o típico dualismo ocidental entre pensamento laico e religioso. A noção de secularização e secular, em especial, merece do autor um estudo aprofundado onde são reconstruídos contextualmente os deslocamentos semânticos e as extensões metafóricas pelos quais esta crucial e controversa noção veio a se transformar de terminus technicus, originariamente surgido no âmbito jurídico, em básico conceito teológico e de filosofia da história.