Este trabalho enceta uma reflexão sobre o emprego da etnografia na pesquisa educacional, indicando pistas na sua utilização e algumas armadilhas postas. O autor parte do pressuposto de que há uma indissociabilidade entre teoria e método, de modo que não se pode reduzir a etnografia a uma simples técnica de “coleta de dados” – o que seria deturpação. Nesse sentido, para Amurabi Oliveira pensar a etnografia no campo da educação é pensar a produção do conhecimento antropológico na educação. A partir desta perspectiva, o autor refuta algumas posições (amplamente difundidas no âmbito da pesquisa educacional) que afirmam que não há pesquisas etnográficas em educação, mas apenas pesquisas do “tipo etnográfico”, perspectiva que se origina de uma leitura reducionista da etnografia e extremamente superficial, ou mesmo inexistente, da antropologia.
Amurabi Oliveira possui licenciatura (2007) e mestrado (2008) em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), doutorado (2011) em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), livre-docência (2022) na área de Cultura e Educação (Educação e Antropologia Cultural) pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com estágio pós-doutoral (2019-2020) em Didática das Ciências Sociais pela Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha). Atualmente é professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A massificação e a diversificação da população escolar foram importantes conquistas sociais e obrigaram a modificações profundas nos sistemas de educação e de formação. No entanto, não foi ainda possível garantir que o fundamental do currículo fosse o desenvolvimento dos processos mais complexos de pensamento dos alunos mediante resolução de problemas, interação com situações problemáticas da vida real, da coleta, análise, interpretação e apresentação de dados ou da realização de experiências de natureza diversa. E menos ainda que a avaliação do trabalho dos alunos fosse utilizada para ajudá-los a melhorar sua aprendizagem, para ajudá-los a aprender com compreensão, para ajudá-los a ser mais autônomos e responsáveis na avaliação de seu próprio trabalho e mais capazes de assumir responsabilidades no desenvolvimento de suas aprendizagens. A avaliação das aprendizagens pode ser entendida como todo e qualquer processo deliberado e sistemático de coleta de informação, mais ou menos participativo e interativo, mais ou menos negociado, mais ou menos contextualizado, acerca do que os alunos sabem e são capazes de fazer em uma diversidade de situações.
Dentre os vários assuntos discutidos neste livro, estão os medos na infância, a importância das brincadeiras, as formas de se lidar com o egoísmo infantil, o papel da escola maternal e a relevância da educação sexual. Russell aborda esses e outros aspectos que ainda frequentam a agenda dos debates pedagógicos – como a questão dos castigos físicos, por exemplo – de maneira bastante inovadora para a época e extremamente influente para experimentos educacionais posteriores.
Franco Cambi, famoso pedagogo italiano, faz aqui uma reconstrução interpretativa geral da história da pedagogia ocidental. O livro aborda um período histórico que vai desde a Antigüidade clássica até o fim da guerra fria. Para cada período, o autor descreve o pensamento educativo hegemônico e suas instituições pedagógicas. Forma de sublinhar o aspecto social da educação, esta prática historiográfica possibilita ao autor tecer considerações a propósito de várias correntes atuais de estudo da escolarização.
Prêmio Abeu 2023: 2º colocado na categoria Tradução Publicado em 1762, Emílio ou Da educação permanece inclassificável: diferindo tanto dos tratados filosóficos quanto dos manuais de pedagogia – com a possibilidade de ser ainda um romance pedagógico –, tornou-se objeto de diversas leituras, sendo possível considerá-la uma obra aberta. Este tratado sobre a natureza da educação e a natureza humana é considerado uma das mais importantes obras de Rousseau, e influenciou grandemente os revolucionários franceses na elaboração de um novo sistema de educação nacional. O livro é dividido em cinco partes: as três primeiras são dedicadas à criança Emílio, a quarta à adolescência, e a quinta a esboçar a educação da garota Sofia e à vida doméstica e cívica de Emílio.
Este livro debruça-se sobre a feminização da profissão de professora, buscando compreender como as pioneiras da profissão (São Paulo – fins do século XIX até a década de 1930) desafiaram as estruturas de desigualdade social e conquistaram um espaço de trabalho que se constitui espaço essencialmente feminino, cruzando definitivamente seus destinos com a Educação.