Em 1923, Paris foi palco de uma notável presença de artistas modernistas brasileiros, muitos dos quais haviam participado da Semana de Arte Moderna de 1922. Vicente do Rego Monteiro, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret e Villa-Lobos destacaram-se em eventos culturais prestigiados. Entre 1923 e 1924, Oswald de Andrade, Sérgio Milliet e Emiliano Di Cavalcanti enviaram crônicas ao Brasil, agora reunidas neste volume, que inclui textos inéditos. Além disso, especialistas de diversas áreas oferecem uma visão abrangente da influência brasileira em Paris, explorando a interação com vanguardistas europeus e a consolidação do modernismo.
Doutora em Literatura Hispano-Americana pela USP, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Unicamp. Professora universitária, pesquisadora independente e tradutora. É autora de Pagu/ Oswald/ Segall (Museu Lasar Segall; Imesp, 2009), Vicente do Rego Monteiro (Publifolha, 2013) e Artistic Vanguards in Brazil, 1917-1967 (Oxford Research Encyclopedia of Latin American History, 2019). Organizadora de Feira das Sextas (Globo, 2004), de Oswald de Andrade, Modernismos 1922-2022 (Companhia das Letras, 2022), Correspondência Mário de Andrade & Oswald de Andrade (Edusp; IEB, 2023) e Meu corpo quer extensão: uma antologia (1929-1948) (Companhia das Letras, 2023), de Pagu, entre outros. Pela Editora Unesp, publicou Arte do Centenário e outros escritos, de Oswald de Andrade (2022).
Publicado em 1920, 18 anos depois de Os sertões, de Euclides da Cunha, oferece uma fascinante visão dos diversos episódios que envolvem o beato Antônio Conselheiro, uma das figuras mais controversas da história brasileira em sua ambivalente posição de herói de multidões politicamente reprimidas e/ou de fanático religioso.
Este livro reúne dezoito textos escritos por Oswald de Andrade entre 1920 e 1922, publicados no Jornal do Commercio, no Correio Paulistano e na revista A Rajada, e uma entrevista publicada na Gazeta de Notícias – boa parte deles, inédita em livro. Vigorosos exemplares do estilo afiado do autor, permitem que se tenha acesso, um século depois, ao caldo cultural que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922.
Escrito em um momento decisivo do debate das vanguardas musicais pós-Segunda Guerra, este livro traz uma proposição maior referente à teoria adorniana da arte. Trata-se da defesa de que a modernidade das obras não está necessariamente vinculada à modernidade dos materiais. Assim, Berg, o compositor pretensamente mais regressivo da Segunda Escola de Viena, pode aparecer como nome fundamental para a compreensão dos problemas que continuam a animar a composição musical.
Giambattista Vico é um dos autores que mais influenciaram o pensamento histórico e político do século XIX, de Michelet a Marx e Benedetto Croce. Neste volume, Peter Burke desenvolve uma introdução às principais teses de Vico e aos múltiplos aspectos de sua recepção. Burke defende a necessidade de compreender a obra do filósofo italiano como um evento literário, em virtude de sua força imaginativa que visava convencer o leitor por meio de uma retórica da imaginação.
Como Gideon Calder evidencia nesta introdução clara e acessível, Richard Rorty é um dos mais astutos comentadores filosóficos de nossos tempos. Freqüentemente citado como "pós-modernismo em língua inglesa", seu pensamento constitui uma defesa robusta e multifacetada da afirmação pragmatista de que as idéias devem ser avaliadas pelo que contribuem para o progresso social concreto e não por sua proximidade de uma "realidade" independente da linguagem ou da "verdade". Ao veicular o tom geral do pensamento rortyiano, Calder procura nos mostrar porque - estejamos ou não persuadidos por ele - deveríamos de fato ser provocados e reagir a suas teses centrais.