A luta contra o antissemitismo é uma conquista inegociável da civilização. Mas o que ocorre quando a própria denúncia do ódio se torna uma arma política, usada para deslegitimar adversários e blindar governos contra críticas? Esta é a questão central e urgente que mobiliza os pensadores aqui reunidos.
A filósofa estadunidense Judith Butler é Maxine Elliot Professor do Departamento de Literatura Comparada e do Programa de Teoria Crítica da Universidade da Califórnia, Berkeley, e detém a Hannah Arendt Chair na European Graduate School. Expoente nos debates sobre identidade de gênero e direitos humanos, é autora, entre muitos outros trabalhos,de Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (1990) e Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo” (1996). Da autora, a Editora Unesp publicou Discurso de ódio: Uma política do performativo (2021), Desfazendo gênero (2022) e Despossessão (2024).
Ariella Aïsha Azoulay é escritora, pesquisadora, cineasta experimental e comissária dos arquivos anticoloniais. É autora de La résistance des bijoux (2023).
Sebastian Budgen é diretor editorial da Verso Books.
Leandros Fischer é professor universitário de Estudos Internacionais. Sua tese se concentrou na esquerda alemã e na questão palestina.
Maxime Benatouil é professor de Economia e Ciências Sociais, além de ativista no bloco judaico decolonial, principalmente na Union Juive Française pour la Paix (UJFP ) e na Tsedek.
Houria Bouteldja é ativista decolonial e cofundadora do Parti des Indigènes de la République, que ela deixou em 2020. É autora de Les blancs, les juifs et nous (2016; ed. bras.: Os brancos, os judeus e nós: rumo a uma política do amor revolucionário. São Paulo: Papéis Selvagens, 2023) e Beaufs et barbares (2023).
Françoise Vergès é autora de Un féminisme décolonial (2019; ed. bras.: Um feminismo decolonial. São Paulo: Ubu, 2020) e Programme de désordre absolu (2023).
Frédéric Lordon, filósofo, é autor de Capitalisme, désir et servitude (2010), Vivre sans? (2019) e Figures du communisme (2021).
Naomi Klein, uma das principais vozes do Jewish Voice for Peace nos Estados Unidos, é autora de The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism (2010; ed. bras.: A doutrina do choque: a ascensão do capitalismo do desastre. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008) e This Changes Everything: Capitalism vs. the Climate (2014).
A Enciclopédia, símbolo de um dos maiores e mais complexos projetos editoriais da história, ganha sua mais abrangente tradução já feita em português. São cinco volumes, ilustrados com 173 imagens reproduzidas da edição original, que reúnem 298 verbetes selecionados segundo sua qualidade literária e nível de argumentação por Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza (organizadores da versão brasileira). Os textos são de 37 dos mais consagrados entre os 140 autores identificados na edição original, do século XVIII. Os volumes abordam o sistema de conhecimentos, ciências e política, além de ética e estética (o primeiro tomo traz o plano da obra e apresentações, inclusive as da edição original). O quarto volume traz uma seleção de verbetes compostos pelos pensadores iluministas sobre Política, desde alguns de seus conceitos-chave até a vida em sociedade.
A Enciclopédia, símbolo de um dos maiores e mais complexos projetos editoriais da história, ganha sua mais abrangente tradução já feita em português. São cinco volumes, ilustrados com 173 imagens reproduzidas da edição original, que reúnem 298 verbetes selecionados segundo sua qualidade literária e nível de argumentação por Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza (organizadores da versão brasileira). Os textos são de 37 dos mais consagrados entre os 140 autores identificados na edição original, do século XVIII. Os volumes abordam o sistema de conhecimentos, ciências e política, além de ética e estética (o primeiro tomo traz o plano da obra e apresentações, inclusive as da edição original). O quinto volume da Enciclopédia traz uma seleção de verbetes compostos pelos pensadores iluministas em torno de temas concernentes à sociedade, à cultura e às artes.
O sexto volume da Enciclopédia de Diderot e d’Alembert em português – o último da coleção – reúne verbetes dedicados a questões propriamente metafísicas – afinal, a Enciclopédia é conhecida, nos dias de hoje, como uma obra de Filosofia. O pensamento do século XVIII é profundamente marcado pela presença das doutrinas e conceitos de grandes filósofos do século anterior, não somente Bacon, Newton, Locke, que os enciclopedistas reclamam como predecessores diretos de seu próprio pensamento, mas também Descartes, Malebranche, Espinosa e Leibniz. É o período dito “moderno” da história da Filosofia. Pareceu justo que a revisão crítica, pelos enciclopedistas, de doutrinas de peso tão considerável, ganhasse destaque numa coleção como esta, voltada ao público em geral e aos leitores de Filosofia em particular.
Este livro é uma conversa entre quatro das principais teóricas feministas da atualidade. Esse intercâmbio foi iniciado em um simpósio sobre feminismo e pós-modernismo, em 1990, na Filadélfia. As palestrantes originais eram Seyla Benhabib e Judith Butler, com Nancy Fraser como mediadora. A escolha deste grupo específico não era acidental: ainda que essas três teóricas tivessem muito em comum – obras bem estabelecidas sobre teoria feminista – elas também eram conhecidas por terem modos diferentes de se relacionar com o mesmo tópico. Esta conjunção de similaridade e diferença, combinada à reputação de cada uma como teórica poderosa, assegurava um debate consequente. Com a confirmação deste resultado, os textos do simpósio foram publicados na revista Praxis International, em 1991. Depois dessa publicação, decidiu-se ampliar a discussão: foram incluídas uma contribuição de Drucilla Cornell e uma resposta de cada uma das integrantes da “gangue das quatro” à palestra original das outras. Posteriormente, tudo foi publicado no livro que agora chega ao público brasileiro.
“A linguagem poderia nos ferir se não fôssemos, de alguma forma, seres linguísticos, seres que necessitam da linguagem para existir?” Sensíveis às complexidades e à emergência das discussões sobre a liberdade de expressão e cultura do “cancelamento”, as reflexões que decorrem desta leitura são atuais, necessárias e fecundas. Preocupada com a necessidade de aumentar o poder de ação de dominados e subordinados, a autora problematiza algumas importantes questões que permeiam o debate sobre a criminalização do discurso de ódio.