Os textos que compõem a presente obra oferecem uma percepção aguda do dilema ético-político contemporâneo, especialmente no contexto nacional, ao colocar o fascismo em questão, e vão além, ao propor a radical questão: como reagir a ele, sem ao mesmo tempo, nos tornarmos fascistas? Esse é um dilema que ocupa lugar central no clima ético-político do início da segunda década do século XXI, no contexto da pandemia provocada pelo vírus COVID-19, caracterizado nos termos de um negacionismo científico sem precedente, ao menos desde o início da modernidade; e também pelo retorno dos fantasmas do autoritarismo e de suas variadas práticas, que lhe dão sustento: disseminação de fake News, produção de “mitos”, servidões voluntárias, necropolíticas (entre elas, negação da eficácia das políticas de vacinação), entre outras.
Sinésio Ferraz Bueno é livre-docente em Filosofia da Educação e professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Marília. É especialista em teoria crítica e educação e atua sobre os seguintes temas: teoria crítica, fascismo e psicanálise; idealismo de Hegel e sua potencialidade para uma compreensão filosófica da física quântica.
Esta coletânea consiste de uma seleção de textos apresentados durante a XXVIII Jornada de Filosofia e Teoria das Ciências Humanas, realizada em outubro de 2005 na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Unesp de Marília. O tema central foi a Teoria Crítica e suas conexões com a política, a estética e a educação, sobretudo no que se refere à sociedade contemporânea, congregando artigos nos quais os conceitos críticos da Escola de Frankfurt são mobilizados pelo objetivo central de compreender dialeticamente questões como a transformação histórica da natureza, o conceito de experiência de Benjamin, a teoria crítica e a religião no pensamento de Horkheimer, reflexões sobre cultura, política e ciência na sociedade contemporâna, a indústria cultura e a canção popular no Brasil, a globalização e a indústria fonográfica na década de 1990, a sociedade unidimensional e o processo de "deseducação", a educação, o preconceito e os limites da emancipação, a formação de professores e a universidade: indústria cultural e dialética negativa.
Jameson propõe, através de sua leitura de Adorno, um modelo dialético para a compreensão do mundo neste fim de século, fazendo renascer com toda sua força a noção de teoria crítica como negatividade permanente e crítica social implacável. Nesse sentido, as idéias de Adorno constituiriam, conforme o autor, um "resgate da dialética" ou das intenções originais da dialética marxista.
Que tipo de subjetividade se produz no contexto de um seminário catolico? Para responder a essa pergunta, o autor deste livro realiza uma análise institucional de um seminário, procurando compreender os discursos e as práticas que instauram a realidade do seminarista, esclarecendo as redes discursivas eclesiásticas e suas relações com estratégias de poder.
Na Europa do século XVIII, a preferência exótica pelo uso do café e da bebida dos índios, ou seja, o chocolate, constitui sinal de uma profunda transformação da moda, do gosto e das boas maneiras, alimentada pelas novas tendências filosóficas e, em geral, pela modernização dos costumes e das formas de vida. Piero Camporesi, em sua capacidade de fazer falarem os textos e os documentos da época, reconstitui, de forma saborosa, um novo capítulo da história das mentalidades e do gosto.
O trabalho do sociólogo Octávio Ianni é analisado com base em suas diversas contribuições no campo da política, da cultura e da sociologia. Dentre os colaboradores desta coletânea estão seus mestres Florestan Fernandes e Antonio Candido, além de pesquisadores do porte de Gabriel Cohn e Renato Ortiz.