Coletânea
As Conferências do Cassino Lisbonense, realizadas entre maio e junho de 1871, constituem-se como parte de um projeto de intervenção cultural, política, social que a chamada Geração de 70 - integrada por Antero de Quental, Eça de Queirós, Jaime Batalha Reis, Oliveira Martins, Rafael Bordalo Pinheiro, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, entre outros jovens intelectuais portugueses - pretendia realizar na sociedade portuguesa no último quartel do século XIX.
Por meio do resgate de fontes primárias, jornais da época (1871) - tais como Revolução de Setembro, Diário de Notícias, Jornal da Noite, Diário Popular, Jornal do Comércio, O Partido Constituinte, O Bem Público, A Nação, em formato de microfilmes adquiridos da Biblioteca Nacional de Portugal -, os leitores terão acesso aos textos originais de reportagens escritas no calor da hora em que ocorreram as conferências e poderão avaliar o que foi veiculado naquele momento histórico.
Na medida em que o jornal pode aumentar a compreensão de fatores contextuais, os leitores também podem tirar suas próprias conclusões a respeito desse evento importante para a história da literatura portuguesa, do realismo-naturalismo português e da Geração de 70.
Rosane Gazolla Alves Feitosa é professora livre-docente (2022) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Assis, onde ingressou em 1997. Possui pós-doutorado (2012) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), doutorado (1994) em Literatura Portuguesa pela mesma instituição. Orientou trabalhos de pós-doutorado, doutorado, mestrato e iniciação científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadoo de São Paulo (Fapesp), pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Núcleo de Ensno da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da Unesp. É membro do Grupo de Pesquisa/CNPq - Grupo Eça. Atuou como parecerista ad hoc para várias agências de Fomento (Fapesp, CNPq, Capes) e periódicos. Atuou no Ensino Fundamental e Médio entre 1974 e 1997.
Este livro traz uma coletânea de dezessete ensaios da autora Maria Heloísa Martins Dias, sendo que catorze deles já foram veiculados em periódicos do Brasil e de Portugal, e três são inéditos. Juntos eles compõem uma ampla visão dos estudos literários atuais. Os textos, que analisam separadamente autores da Literatura luso-brasileira, têm como tema geral o diálogo das obras consigo mesmas, numa tentativa de desvendar a “aventura da linguagem”. Assim, estão contemplados aqui escritores como João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Clarice Linspector, Graciliano Ramos, Fernando Pessoa, António Nobre, Almada Negreiros, Teolinda Gersão, Carlos Drummond de Andrade, entre outros. Todos são vistos sobre o viés da autorreflexividade, com a autora buscando fugir dos já clássicos estudos literários que procuram entender como determinado autor foi lido à sua época, ou as circunstâncias culturais na qual este autor estava inserido no momento de sua produção. Para escapar dessas e de outras análises, Maria Heloísa Martins Dias busca o caminho puro e simples da contemplação da obra para tirar dela os seus significados.
Machado de Assis esteve na vanguarda da crítica literária brasileira, numa época em que ainda não se estabelecera um cânone literário nacional. Este volume reúne textos de sua obra crítica extraídos de jornais da época, revistas e primeiras edições, muitos deles nunca publicados em livro.
Além da originalidade da abordagem do tema e das contribuições para a área da Educação, em especial para os campos da história da alfabetização e da história da educação, destaca-se a relevância deste livro para a compreensão desses processos históricos e sua relação com o presente. É um instigante convite a pesquisadores da história da alfabetização e áreas afins, professores e estudantes de graduação e pós-graduação, alfabetizadores e demais professores e gestores da educação básica para a reflexão sobre as práticas pedagógicas de leitura e escrita, visando a retomada de respostas e à formulação de outras perguntas e propostas para o enfrentamento dos persistentes problemas da alfabetização e da educação em nosso país.
Peter Burke investiga alguns dos temas centrais na história das línguas europeias desde a invenção de Gutenberg até a Revolução Francesa. Explora as relações entre língua e comunidades do continente e em outras regiões nas quais estes idiomas eram falados, abarcando o emaranhamento com a política e trabalhando a linguagem como um indicador sensível da mudança cultural. Ao construir uma “história cultural da língua”, destaca suas funções sociais, levando a uma discussão sobre seu exercício na expressão ou construção de uma variedade de relacionamentos sociais, incluindo dominância e subordinação, amizade e fraternidade, tolerância e preconceito, a manutenção e a subversão de uma ordem social, e assim por diante.
Ao reunir crônicas da Seção “História de quinze dias”, posteriormente rebatizada “História de trinta dias”, da revista Ilustração Brasileira, esta edição traz ao público a amostra vivenciada de um Império tropical obcecado pelos padrões culturais e intelectuais europeus. A genialidade do Machado de Assis cronista constrói retrato poderoso desse país peculiar, oscilante entre a esforços modernizadores e a incipiência cultural e econômica.