Neste artigo escrito em 1786, Kant examina o momento em que o homem passa do estado de rudeza animal para o de ser racional e social. Usando como guia o relato bíblico da queda de Adão, estabelece que a ruptura entre o instinto e a razão marca o começo da história humana. O filósofo salienta a especificidade do conceito de homem e faz da história uma maneira de pensar a humanidade de um ponto de vista universal e cosmopolita, entendendo a liberdade como o começo e a condição do progresso moral.
Immanuel Kant (1724-1804), nascido em Königsberg, na então Prússia Oriental, foi fundador da chamada “filosofia crítica” e é majoritariamente considerado o principal filósofo da era moderna. Dele, a Editora Unesp publicou Escritos pré-críticos (2005) e Começo conjectural da história humana (2010).
A coletânea apresentada neste livro reúne boa parte dos textos publicados por Kant entre 1762 e 1770, quando, já bastante conhecido no meio filosófico alemão, ocupou o cargo de Magister na Universidade de Königsberg. Essa reunião não é arbitrária. Ela dispõe de um critério que subordina sua referência cronológica principal - a década de 1760 - a uma unidade de natureza intelectual, e marca uma etapa decisiva da trajetória de Kant, iluminando sua filosofia madura, a qual inicia com a Crítica da razão pura, de 1781.
Em 1924, por ocasião do ducentésimo aniversário de nascimento do pensador de Königsberg, foram trazidas à luz as Lições de Ética, de Immanuel Kant. E o que, de fato, são essas Lições? Qual a sua natureza e a sua origem? Muito embora Kant tenha dado em algum momento o aval para a divulgação de suas aulas, parece bastante claro que as Lições, de modo geral, não são textos que foram redigidos com o propósito de publicação. Trata-se das notas que foram tomadas pelos alunos a partir dos ensinamentos do professor em sala de aula. Apesar desse atraso na edição e na publicação das Lições de Ética, é perceptível que houve um reconhecimento progressivo da importância desses manuscritos no século XX, o que é atestado, sobretudo, nos estudos e comentários que foram desenvolvidos, a partir de então, utilizando esse material como um suplemento para a reconstrução e a compreensão do desenvolvimento do pensamento moral de Kant.
Este trabalho pretende analisar os diversos significados que a noção de legislador admite no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau, acompanhando alguns argumentos e parte da obra de Rousseau desde o Primeiro Discurso até o Contrato Social, e depois as Considerações sobre o Governo da Polônia. A primeira parte, que compreende os dois primeiros capítulos, discute alguns pressupostos contidos no Contrato Social. A partir daí, a segunda parte apresenta, no capítulo três, uma hipótese de leitura do conceito de legislador e, no capítulo quatro, a verificação da conveniência dessa hipótese.
Por que os historiadores contemporâneos têm investido tanto na representação do passado? Stephen Bann procura responder a essa questão examinando as modalidades de representação à disposição da historiografia do século XX, pois é a partir daí que um conjunto considerável de manifestações literárias e visuais é tomado como fonte de dados históricos. Isso permite ao autor chamar a atenção para a extraordinária fluidez das fronteiras da história e para as possibilidades não realizadas de articulação com outras disciplinas.
Um estilo de História analisa a forma com que o autor de Casa-grande & senzala se valeu da viagem, da memória e do ensaio, para narrar a própria experiência e, a partir disso, desenhar um panorama da família, da cultura e da sociedade brasileira, estabelecendo um novo modo de interpretação da formação histórica do país.