Este livro aborda a trajetória do romance histórico e a reatualização do gênero na narrativa brasileira contemporânea, fazendo uso de um corpus diversificado, que privilegia aspectos fundamentais para a compreensão da diversidade e da multiplicidade do romance histórico brasileiro contemporâneo publicado a partir da década de 1970, como: as rupturas em relação ao romance histórico tradicional; a questão da metaficção historiográfica; o cânone e as vozes periféricas; e a revisão crítica da História do Brasil por meio do discurso ficcional (identidade nacional, o papel do intelectual e do escritor, a voz feminina e a voz dos marginalizados), pondo em questão aspectos ligados à literatura e espaços públicos, estudos culturais e transculturação.
Possui graduação e mestrado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Realizou seu doutorado em Letras (Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana) pela Universidade de São Paulo (USP) e Livre Docência em Literatura Comparada pela Unesp. É professor do departamento de Letras Modernas e do programa de pós-graduação em Letras dessa faculdade. Foi professor visitante no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, na Espanha. Estudioso das relações entre literatura e história, é tradutor e ensaísta.
Míriam Giberti Páttaro analisa as estratégias textuais e as atualizações que autores brasileiros – mais especificamente Godofredo Rangel e Monteiro Lobato – realizaram em suas traduções do livro A Child’s History of the World, de V. M. Hillyer. Segundo a autora, cada história possui um repertório próprio; as estratégias textuais variam de acordo com o autor e com o destinatário almejado pelos textos. Páttaro aponta que, no caso da versão lobatiana, certas indeterminações, inexistentes nas obras de Hillyer e Rangel, incitam o leitor a realizar leituras em níveis diversos. Esses níveis deverão ser definidos por ele, segundo seus próprio parâmetros. A exemplo do que ocorre em outros textos lobatianos, não há uma preocupação com transmissão de certezas, de alinhamentos rígidos diante do mundo, mas com seu questionamento, se assim o leitor desejar.
Desde o século XIX, com o célebre detetive Auguste Dupin, de Edgar Allan Poe, e a extensa cadeia de personagens e narrativas de mistério que em maior ou menor medida descenderam dali – passamos, nesse prolífico percurso, por Conan Doyle, Agatha Christie, Raymond Chandler, só para citar alguns autores –, o gênero policial foi se consolidando e, enquanto expandia progressivamente seu público, matizava-se e assumia novas formas.
Este estudo, fruto de longa pesquisa a partir dos livros mais vendidos no Brasil no início do século XXI, debruça-se sobre o romance policial “místico-religioso”, subgênero definido por Fernanda Massi que se distancia um pouco das características tradicionais do romance policial: nessas tramas, o crime se conecta a um segredo ligado a um núcleo místico-religioso, em geral protegido por uma sociedade fechada e secreta às voltas com o que ela supõe ser um inimigo ameaçador. O repórter/investigador (que em tais obras nunca é chamado de detetive) busca uma verdade que supera a identificação do criminoso, tendo como alvo principal o segredo motivador dos crimes. Outra característica singular é a tentativa, quase frequente, de desmoralização da Igreja Católica. Isto ocorre através da oposição /ocultação/ vs. /revelação/ de um segredo, fazendo que esse subgênero tenha grande sucesso de público, uma vez que promete revelações surpreendentes sobre essa poderosa instituição.
Publicado em 1920, 18 anos depois de Os sertões, de Euclides da Cunha, oferece uma fascinante visão dos diversos episódios que envolvem o beato Antônio Conselheiro, uma das figuras mais controversas da história brasileira em sua ambivalente posição de herói de multidões politicamente reprimidas e/ou de fanático religioso.
Prova que a literatura popular existe sem formato de livro. É o resultado de três anos de coleta de relatos orais no Pantanal sul-matogrossense, quando foram ouvidas 27 pessoas em mais de 50 horas de gravação. Valoriza a cultura, a sociabilidade e a criatividade da região. Inclui mitos, lugares assombrados, lembranças da Guerra do Paraguai e histórias sobre vaqueiros e violeiros famosos. A primeira parte traz informações sobre os contadores de histórias e o método de pesquisa; a segunda apresenta as histórias transcritas, divididas em mitos, lendas, contos populares e "causos" sobre condução de bois e caçadas.
Este dicionário, prático, abrangente e atual, apresenta 58.223 entradas; 110.895 acepções; 135.668 contextualizações; 6.187 destaques e 283 ilustrações. Registra o uso real porque se baseia em 90 milhões de ocorrências de palavras em textos que cobrem praticamente todos os setores da vida social. De forma simples e direta, contempla a regência nominal, verbal e adjetival. Estimula o enriquecimento vocabular pelo jogo de sinônimos em cada verbete. Contém aspectos da história do léxico, além de estrangeirismos e neologismos ainda não dicionarizados, bem como quatro apêndices com siglas e expressões latinas mais usuais e de questões básicas de ortografia.