Feyerabend desafia os grandes dogmas do mundo contemporâneo para defender os benefícios da diversidade e das mudanças culturais diante das certezas uniformes e homogeneizantes da tradicional racionalidade científica. Aproxima Ciência e Arte e discute desde Xenófanes a Einstein e a mecânica quântica, passando por uma análise surpreendente do conflito entre Galileu e a Igreja. O seu (tipicamente) agressivo adeus à razão equivale à rejeição de uma imagem congelada e distorcida da ciência que abusa do cânon ocidental racionalista e objetivo.
Paul Feyerabend foi professor de Filosofia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e de Filosofia da Ciência no Federal Institute of Technology, em Zurique. Antes de se dedicar à Filosofia, estudou Física, Matemática, Astronomia, Teatro e produção de óperas. Entre seus livros estão Matando o tempo (1996), Adeus à razão (2011) e Contra o método (2011), publicados pela Editora Unesp.
Paul K. Feyerabend, um dos filósofos da ciência mais citados e controvertidos de nosso tempo, completou sua biografia em seu último mês de vida. Em um estilo límpido e vibrante, o autor evoca sua família, a ascensão do nazismo, a Segunda Guerra Mundial e cenas do teatro, da música lírica, dos trabalhos da filosofia da ciência, as mulheres de sua vida e suas relações com alguns dos intelectuais mais importantes deste século: Brecht, Wittgenstein e Popper.
Para Feyerabend, o racionalismo tradicional prevê apenas uma dentre várias formas de se alicerçar o conhecimento, e todas elas devem ter os mesmos direitos e acesso igual aos centros de poder. Este livro, além de constituir um corajoso autorretrato intelectual, é também uma resposta às reações desencadeadas por seu polêmico Contra o método.
A terceira edição em inglês deste texto clássico contém um novo prefácio e mais reflexões sobre diversos aspectos, nos quais o autor analisa tanto os mais recentes debates sobre a ciência como o impacto dos produtos e práticas científicas sobre a comunidade humana.
Em meados da década de 1940, o filósofo alemão Max Horkheimer questiona como evitar que a barbárie, representada pelo nazifascismo e então recentemente derrotada na Europa, retorne ao Ocidente. Para ele, o avanço dos meios técnicos de esclarecimento foi acompanhado por um processo de desumanização, de modo que o progresso ameaça anular o próprio objetivo que deveria realizar: a ideia de homem. Seu objetivo declarado é “investigar o conceito de racionalidade subjacente à nossa cultura industrial contemporânea, a fim de descobrir se esse conceito não contém defeitos que o viciam em sua essência”. Horkheimer toma como ponto de partida a diferenciação entre razão subjetiva e razão objetiva, sendo que a primeira se relaciona à faculdade de calcular probabilidades, de coordenar os meios com um fim, enquanto a segunda remete ao problema do destino humano, à organização da sociedade e à maneira de realização de fins últimos. Da tensão entre ambas, com o predomínio da razão subjetiva em relação à objetiva, emergiu um pensamento transformado em simples instrumento. O autor empreende, assim, uma profunda investigação sobre as intensas mudanças que o advento da industrialização, e com ela o predomínio da técnica, e da racionalização teve sobre a natureza humana, considerando também as implicações filosóficas destas mudanças
Físico e matemático, David Ruelle traça as linhas gerais de pesquisa da chamada teoria do caos. O eixo que norteia seu trabalho é o estatuto da noção de acaso no interior do discurso científico. Uma das grandes contribuições da teoria do caos é dar ao acaso um lugar determinado na nossa visão científica do mundo. Esse fato é resultado de um longo trajeto na história da ciência do século XX, o qual o autor procura recompor.