Em meados da década de 1940, o filósofo alemão Max Horkheimer questiona como evitar que a barbárie, representada pelo nazifascismo e então recentemente derrotada na Europa, retorne ao Ocidente. Para ele, o avanço dos meios técnicos de esclarecimento foi acompanhado por um processo de desumanização, de modo que o progresso ameaça anular o próprio objetivo que deveria realizar: a ideia de homem. Seu objetivo declarado é “investigar o conceito de racionalidade subjacente à nossa cultura industrial contemporânea, a fim de descobrir se esse conceito não contém defeitos que o viciam em sua essência”. Horkheimer toma como ponto de partida a diferenciação entre razão subjetiva e razão objetiva, sendo que a primeira se relaciona à faculdade de calcular probabilidades, de coordenar os meios com um fim, enquanto a segunda remete ao problema do destino humano, à organização da sociedade e à maneira de realização de fins últimos. Da tensão entre ambas, com o predomínio da razão subjetiva em relação à objetiva, emergiu um pensamento transformado em simples instrumento. O autor empreende, assim, uma profunda investigação sobre as intensas mudanças que o advento da industrialização, e com ela o predomínio da técnica, e da racionalização teve sobre a natureza humana, considerando também as implicações filosóficas destas mudanças
Max Horkheimer (Stuttgart, 14 de fevereiro de 1895 – Nuremberg, 7 de julho de 1973) foi um filósofo e sociólogo alemão. Foi diretor e professor do Instituto de Pesquisas Sociais, conhecido como Escola de Frankfurt. Editor da revista do instituto, publicou diversos ensaios sobre os fundamentos da chamada "teoria crítica" sobre a sociedade contemporânea.
A presente edição em português dos 'Estudos sobre a personalidade autoritária', de Theodor W. Adorno, é resultado de uma seleção de textos da obra original de quase mil páginas intitulada 'The Authoritarian Personality', escrita por Adorno, Levinson, Sanford e Frenkel-Brunswik e publicada em 1950 nos Estados Unidos. Os textos que compõem o presente livro debatem como, em plena Segunda Guerra Mundial, o fascismo não era um episódio isolado, mas estava presente de forma latente em amostras da população norte-americana da época. Sua base de argumentação procura expor como o autoritarismo mantém relações profundas com o “clima cultural geral” do modo capitalista de organização socioeconômica – o que preserva a atualidade dessa investigação.
Max Horkheimer redigiu os aforismas reunidos em Crepúsculo (Dämmerung) entre 1926 e 1931. Trata-se de uma época crucial da história alemã, quando se decidia o destino da República de Weimar. Horkheimer analisa as três alternativas: os ideais liberais e iluministas de sua constituição, a revolução socialista e a contrarrevolução nazista. Nesse contexto, os aforismas abordam uma ampla gama de temas, desde elementos filosóficos até aspectos de uma sociologia (crítica) da vida cotidiana. São uma súmula de suas reflexões no período em que se preparava para assumir a direção do Instituto de Pesquisa Social.
Feyerabend desafia os grandes dogmas do mundo contemporâneo para defender os benefícios da diversidade e das mudanças culturais diante das certezas uniformes e homogeneizantes da tradicional racionalidade científica. Aproxima Ciência e Arte e discute desde Xenófanes a Einstein e a mecânica quântica, passando por uma análise surpreendente do conflito entre Galileu e a Igreja. O seu (tipicamente) agressivo adeus à razão equivale à rejeição de uma imagem congelada e distorcida da ciência que abusa do cânon ocidental racionalista e objetivo.
Após o ocaso do marxismo ocidental, a filosofia da história foi aos poucos relegada a segundo plano. Essa é uma visão não compartilhada por Blackburn, que aqui procura recolocá-la na ordem do dia. Sua estratégia passa pela naturalização da história, pois, longe de considerar a natureza como simples pano de fundo para os atores humanos, Blackburn a reposiciona como força ativa que cria e consome a espécie humana. A natureza aparece, então, como a própria razão, graças à qual os homens se renovam e se destroem uns aos outros.
Mark Hollis, então senior professor da University of East Anglia, assim se referiu a John Elster: "Sua capacidade de simplificar as tecnicalidades, de identificar aplicações originais e de vislumbrar as conexões teóricas tem ajudado à difusão de ideias por várias disciplinas". Este comentário, publicado no início da década de 1990, é hoje partilhado por estudiosos de diversas áreas, da ética à filosofia política, da epistemologia à economia: nomes como Alan Ryan, Anthony Giddens, David Miller e Stephen Lukes discutiram seus ensaios e reconheceram a relevância de suas ideias. Em Ulisses liberto, com a mesma clareza, originalidade e caráter polêmico de sempre, volta a um de seus temas recorrentes: os limites da racionalidade de nossas ações.