Aspectos da modernidade na obra de Mário de Sá Carneiro
Consciente de que tanto a poesia de Mário de Sá-Carneiro bem como o sujeito lírico que (n)ela (se) constitui não se deixam prender, nem se deixam apreender completamente - mesmo porque ambos estão em Dispersão, como o título da obra estudada já anuncia - Ricardo Marques Martins propõe o poema "A Partida", que abre o volume, como porta de entrada para a discussão de temas caros à modernidade e à poética de Sá-Carneiro: o gênio (e os caracteres da diferença, do isolamento e da criatividade), a composição do delírio poético, a busca do sonho, do Ideal, do Absoluto.
Possui mestrado em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (2008), atuan¬do principalmente nos seguintes temas: Teoria da Literatura, Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, modernidade, erotismo, teatralidade, Mário de Sá-Carneiro, António Botto.
O grande desafio deste livro está na habilidade de realizar análises críticas de três dos principais escritores em língua portuguesa de todos os tempos: Guimarães Rosa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Os elementos comuns estudados incluem a crítica à sociedade patriarcal nacional e, acima de tudo, uma ponte constante, com idas e voltas, entre a história e a literatura. Roncari consegue desvendar caminhos interpretativos com base na leitura atenta de descrições de cenas e paisagens, além de verificar como a escrita se comunica com o poder econômico e social. Texto e contexto são assim relacionados com extrema competência, mostrando como instabilidades de ordem social presentes no sistema capitalista encontram reflexo na literatura e vice-versa.
Enquanto se liquefaz o conceito de literatura, confundindo-se até mesmo os limites de seus últimos avatares, retornam, em compensação, as discussões sobre os gêneros, que pareciam estar mortas e enterradas. Isto porque os gêneros, que dizem respeito às propriedades essenciais do discurso, transcendem a própria separação histórica e cultural entre aquilo a que se chama literatura e aquilo que estaria alheio às funções poéticas da linguagem. Neste livro, Todorov contribui de maneira substantiva para trazer à tona esse debate, colocando-o de volta à ordem do dia nos estudos literários e semióticos.
O conjunto de entrevistas reunidas em A política e as letras apresenta ao leitor um Raymond Williams pouco conhecido do público brasileiro. Gestado com o intuito de discutir sistematicamente o pensamento do intelectual britânico, este livro propõe uma rara reflexão biográfica em que trajetória pessoal e reconstruções teóricas se conformam em um instigante debate sobre a própria atividade intelectual.
Nesta obra, que simboliza um exemplo da melhor antropologia social produzida no Brasil, a autora aborda a questão das relações raciais e sexuais no Brasil, em contraste com a experiência sul-africana. Baseada em entrevistas, observação etnográfica, dados demográficos, ficção literária, leis, teorias sociológicas, entre outros materiais e fontes, é colocado em discussão o modo como os relacionamentos afetivo-sexuais inter-raciais se estruturam e são pensados em diferentes sociedades, de acordo com políticas sexuais adotadas em distintos contextos nacionais.
A obra de Lima Barreto e a visão do escritor sobre a mulher e o negro; o amor, da perspectiva do personagem Riobaldo, de Guimarães Rosa; o livro Cadeiras proibidas, de Ignácio de Loyola Brandão, segundo um conceito literário surgido ainda na antiguidade; a letra da música Feijão maravilha, de Gonzaguinha, à luz do processo dialético da aprendizagem. Estes são alguns dos vários temas de que Carlos Erivany Fantinati se ocupa nesta obra, sintetizando sua longa carreira acadêmica.