Problemas editoriais e interpretativos
Com domínio de conhecimento, Eduardo Flores Gianesella nos oferece, de início, um panorama claro, fidedgno e detalhado do atual campo da percussão orquestral internacional e nacional. Nesse sentido, prepara o leitor para o entendimento das questões e análises que serão propostas nos capítulos seguintes. A partir do tema central – a percussão orquestral brasileira –, o autor analisa as fragilidades de editoração das obras sinfônicas brasileiras, seus problemas interpretativos e as peculiaridades dos instrumentos brasileiros de percussão – em especial do pandeiro. Com uma excelente escolha de registros de partituras (manuscritas ou editadas) dos compositores brasileiros mais expressivos dos século XIX e XX, o autor apresenta soluções para aqueles problemas de editoração e sugestões para as questões interpretativas. Com isso, Gianesella reabre o imenso campo da educação e da pesquisa em musicologia, etnomusicologia e história da música.
Autor deste livro.
Neste livro, Paulo Celso Moura apresenta o conceito de “Música informal brasileira”. Cunhada pelo autor, esta ideia, base de sua pesquisa, é utilizada para definir as produções de experimentações com a linguagem musical, contribuindo de algum modo para novas formas de ouvir, pensar e realizar música.
O cinema brasileiro precisou ganhar em tecnologia, industrializar-se e imitar bem o seu correlato americano para poder impor a temática rural para o grande público. E, tal como aquele, afirmá-la como passado, sem vigência, como tradição. Uma forma de abordagem que afirma um rural que não é, para poder, da melhor maneira possível, diferenciá-lo daquele que fala – e daquele que a ele assiste.
O livro aborda o conceito de cinemateca desde o surgimento das primeiras coleções de filmes até os dias atuais, enfocando o final da década de 1950 e início da de 1960, quando um modelo específico de cinemateca, do qual o grande ideólogo foi Henri Langlois, é colocado em xeque no âmbito da Federação Internacional de Arquivos de Filmes (FIAF). O texto procura compreender ainda as especificidades da experiência brasileira no panorama político e cultural do país, analisando sobretudo o projeto político/pedagógico da instituição para o campo da educação e de políticas culturais no Brasil no período entre 1952 e 1973.
Pensar o museu como o lugar de uma ação cultural que transforme mentalidades e percepções, proporcionando oportunidades semelhantes a crianças de diferentes classes sociais. Esta é a proposta desta obra, que se apoia em uma sólica base empírica, valendo-se de anos de atividades práticas da aqutora, e em rigorosas análises conceituais de arte, ética e cidadania.
Este livro deriva do poema “Receita de ambrosia”, publicado no livro “Em sobressaltos: formação de professora”. Caracteriza-se como um segundo ato daquele, em duplo sentido: retoma o tema/problema por meio de desdobramento do segundo ato, “O ritual”, e dá continuidade a dois artigos em que tematizo a alfabetização/ensino de língua portuguesa como processo discursivo. O objetivo é problematizar a formação inicial de professores para a compreensão ativa do processo discursivo, considerando que, para ensiná-lo, não basta falar sobre. É necessário também mostrar fazendo nas relações de ensino-aprendizagem de que os futuros professores participam aqui e agora como alunos que se formam para o magistério.
Inspiro-me na concepção de “peça didática”, de Bertolt Brecht, com finalidade de “educação estética-política”, por meio da encenação de um “modelo de ação”. A discussão do problema é mostrada em seis cenas que sintetizam momentos “cruciais” das atividades da disciplina Conteúdo, Metodologia e Prática de Ensino: Língua Portuguesa e Literatura Infantil, que ministro no curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Marília. O objetivo, entretanto, não é apresentar modelo a ser copiado ou prescrições a serem seguidas. Embora o termo “receita” (etimologicamente, “recebido”) remeta a discurso instrucional, indicando relação de ingredientes e modo de fazer, o modelo de/em ação aqui encenado se caracteriza como roteiro de uma antirreceita, de um antirritual.
Porque igualmente afetada e modificada pela condição de participante-observadora do processo encenado, convido-os a compartilhar esta peça didática como materialização de antigo e ambicioso desejo: que também ela configure um processo discursivo a propiciar experiência formativa aos leitores/espectadores assim como sua elaboração proporcionou a esta pesquisadora-narradora-personagem.