O cinema brasileiro precisou ganhar em tecnologia, industrializar-se e imitar bem o seu correlato americano para poder impor a temática rural para o grande público. E, tal como aquele, afirmá-la como passado, sem vigência, como tradição. Uma forma de abordagem que afirma um rural que não é, para poder, da melhor maneira possível, diferenciá-lo daquele que fala – e daquele que a ele assiste.
Célia Tolentino nasceu em Marilia (SP) e ensina Sociologia na Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, câmpus de Marília, desde 1986.
Arte da cozinha brasileira reúne cerca de dois mil verbetes com definições diretas, sucintas, relatando uma ou outra curiosidade, sem fatigar o leitor com referências numerosas. Com humor e erudição, Leonardo Arroyo e Rosa Belluzzo fornecem um panorama das matrizes culturais do nosso vocabulário à mesa.
O livro aborda o conceito de cinemateca desde o surgimento das primeiras coleções de filmes até os dias atuais, enfocando o final da década de 1950 e início da de 1960, quando um modelo específico de cinemateca, do qual o grande ideólogo foi Henri Langlois, é colocado em xeque no âmbito da Federação Internacional de Arquivos de Filmes (FIAF). O texto procura compreender ainda as especificidades da experiência brasileira no panorama político e cultural do país, analisando sobretudo o projeto político/pedagógico da instituição para o campo da educação e de políticas culturais no Brasil no período entre 1952 e 1973.
Neste livro, Paulo Celso Moura apresenta o conceito de “Música informal brasileira”. Cunhada pelo autor, esta ideia, base de sua pesquisa, é utilizada para definir as produções de experimentações com a linguagem musical, contribuindo de algum modo para novas formas de ouvir, pensar e realizar música.
Publicado em 1920, 18 anos depois de Os sertões, de Euclides da Cunha, oferece uma fascinante visão dos diversos episódios que envolvem o beato Antônio Conselheiro, uma das figuras mais controversas da história brasileira em sua ambivalente posição de herói de multidões politicamente reprimidas e/ou de fanático religioso.
A historiografia brasileira, de forma geral, tem negligenciado a real abrangência das documentações propostas e analisadas por Afonso de Taunay. Neste livro, Karina Anhezini preenche essa significativa lacuna: recupera aquela documentação, localiza e critica os usos dados das informações e nos oferece uma obra abrangente e pertinente aos modelos analíticos desenvolvidos pela historiografia moderna. De forma competente, a autora demonstra como a historiografia desenvolvida por Taunay tinha caráter laudatório e épico - elementos fundamentais para a compreesão da história escrita no Brasil no final do século XIX e nas primeira décadas do século XX - e tece um fio narrativo que navega por inúmeras fontes literárias, sem, contudo, perder a precisão e o detalhamento histórico. Ao recuperar os escritos e o modelo metodológico de análise desenvolvido por Taunay, trilhando pelo modelo de intelectualidade existente naquele período, a autora abre novos caminhos para a percepção das obras e do pensamento desse historiador. Um livro importante, que certamente garante a continuidade e a atualização dos debates sobre a historiografia brasileira na atualidade.