Fernando Rodrigues de Oliveira busca neste livro captar e analisar um momento marcante da história da literatura infantil no país, examinando a história tanto da produção literária nesse campo quanto do desenvolvimento de teoria e crítica específicas. O autor faz o foco no estudo o Compêndio de literatura infantil (1959), de Bárbara Vasconcelos de Carvalho (1915-2008), professora e escritora nascida na cidade baiana de Alagoinhas, que produziu uma expressiva obra literária e didática. Ele explica que voltou a atenção para o manual porque, entre outros motivos, ele reúne um conjunto de saberes relativos à literatura infantil considerados necessários para a formação do professor primário no momento histórico em que foi publicado e utilizado. E ainda porque a obra serviu à época não somente como livro didático, mas também como fonte de teorização sobre literatura infantil que se tornou referência para autores de manuais sobre o mesmo assunto. Reconstituindo a história de uma faceta da educação nos anos 1950, o autor aborda diversas questões relacionadas ao ensino da literatura infantil, como manuais e autores, discorre sobre a vida e a obra de Bárbara Vasconcelos de Carvalho, dimensionando sua importância no contexto da pedagogia, e analisa a formação dos professores primários na época da publicação do Compêndio.
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Interrogar sobre o passado de uma das principais atividades educativas na escolarização inicial de crianças – o ensino de leitura e escrita – é o objetivo central desta obra. Entre as várias contribuições relevantes do livro, uma coletânea de 14 ensaios que abrangem mais de um século, da década de 1870 aos dias atuais, sobressai-se a importância da própria temática para a compreensão da cultura escolar.
Os estudos põem em destaque cartilhas, livros de leitura, manuais, textos, artigos publicados em jornais e periódicos, polêmicas em torno dos métodos de ensino e a atuação de quem produziu e problematizou sobre o ensino de leitura e escrita no país. Estão contemplados tanto os interesses econômicos e comerciais subjacentes à produção de materiais para esse ensino quanto as tensões políticas que envolveram as disputas dos educadores, o que permite ao leitor aproximar-se das tematizações, concretizações e normatizações que ao longo do tempo pautaram o debate político e pedagógico sobre a alfabetização no Brasil.
O primeiro texto da coletânea trata do método de alfabetização de Thomaz Paulo de Bom Sucesso Galhardo, autor da Cartilha da infância, publicada entre a década de 1880 e o ano de 1992. Seguem-se estudos sobre as experiências de Antonio da Silva Jardim (1860-1891), João Köpke (1852-1926), Ramon Roca Dordal (1854-1938) e Carlos Alberto Gomes Cardim (1875-1938), Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925), Francisco Vianna (1876-1935), Theodoro de Moraes (1877-1956), Antonio Firmino Proença (1880-1946), Renato Fleury (1895-1980), Lourenço Filho (1897-1970), Antônio D’Ávila (1903-1989), Bárbara V. de Carvalho (1915-2008), Emilia Ferreiro (1935) e João Wanderley Geraldi (1946).
Neste livro, a autora tece considerações sobre a obra de Manoel Bergström Lourenço Filho (1897-1970), que, além de ter escrito vários livros de literatura infantil e juvenil entre 1942 e 1968, também foi um importante educador e teórico da Educação. A intenção da pesquisadora é de compreender a relação entre a produção literária de Lourenço Filho – hoje pouco conhecida e explorada no país - e o lugar por ele ocupado na história da literatura infantil e juvenil brasileira. A autora parte do pressuposto de que a obra de Lourenço Filho teve enorme importância para o desenvolvimento deste gênero de literatura em terras brasileiras, com significativa influência na produção tanto dos seus contemporâneos como de seus pósteros, tendo ele fundado mesmo uma tradição. O escritor teria desenvolvido com padrões bastante elevados um modelo de literatura vinculado a finalidades educacionais – presente no Brasil desde o final do século XIX, mas em geral pouco eficaz - de modo a proporcionar à criança uma formação pedagógica e cultural consistente, sem deixar de ser agradável. O livro também monta um amplo painel histórico sobre a produção de literatura infantil e juvenil no Brasil, que teve em Monteiro Lobato um de seus precursores e vive um autêntico “boom” desde o começo da década de 1970.
Esta coletânea de artigos de especialistas de várias áreas (literatura, história, filosofia, sociologia), como Octavio Ianni, Fábio Lucas e Marcelo Ridenti, entre outros, discute como a produção literária, com suas pecualiaridades, pode fornecer elementos e subsídios para o conhecimento da estrutura e dinâmica da sociedade brasileira.
Poucos são os estudos mais aprofundados sobre a produção de Lima Barreto, um dos expoentes da literatura brasileira do início do século XX e autor de obras clássicas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Clara dos Anjos. Mas esta pesquisa do inglês Robert John Oakley, professor de português e espanhol da Universidade de Birmingham, se diferencia por ir além da análise das muitas obras do autor, entre narrativas longas, contos, sátiras e crônicas. Ao destrinchar a trajetória literária de Lima Barreto, Oakley baseia-se nos resultados da pesquisa sobre as pouco investigadas leituras do autor, e revela que textos como O que é a arte?, de Tolstoi, Os heróis, de Thomas Carlyle, e autores como Herbert Spencer e Henry Maudsley, serviram muito para desenvolver sua concepção da prática da escrita e do papel da literatura. Neste livro, o leitor poderá ter acesso a uma visão mais ampla do pensamento barretiano.
Este livro tem como foco a apropriação feita em território brasileiro dos métodos de ensino de dois importantes pensadores do século XIX, António Feliciano de Castilho e Joseph Jacotot. A investigação, baseada na análise de uma miríade de fontes documentais, parte da exposição dos fundamentos teórico-metodológicos desses métodos, descrevendo tanto o conceito de emancipação intelectual que permeia o método analítico de Jacotot quanto o método fônico de António Feliciano de Castilho, que recebe destaque por conta das diversas controvérsias que ocasionou no cenário educacional brasileiro.