O loteamento do espaço sonoro
Esta obra permite compreender como entrelaçar da música, da educação e da tecnologia é explorado pela indústria cultural contemporânea, constituindo-se em desafio para os processos artístico-musicais e para a Educação Musical. Para nomear a analisar esse fenômeno – também encontrado no espaço escolar –, Anamaria Brandi Curtú tece o conceito de loteamento do espaço sonoro.
Anamaria Brandi Curtú é doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). É cantora e professora de Educação Musical, com experiência em formação musical do ensino infantil ao superior e do ensino extraescolar. Sempre em interface com a Filosofia Contemporânea, desenvolve trabalhos de musicalização, técnica vocal, coral, violão, música popular brasileira e estudos sobre a deficiência (disability studies).
Pensar o museu como o lugar de uma ação cultural que transforme mentalidades e percepções, proporcionando oportunidades semelhantes a crianças de diferentes classes sociais. Esta é a proposta desta obra, que se apoia em uma sólica base empírica, valendo-se de anos de atividades práticas da aqutora, e em rigorosas análises conceituais de arte, ética e cidadania.
Atualmente, há cerca de vinte milhões de analfabetos no Brasil, resultantes de um processo histórico longo, com lutas políticas e ideológicas mal resolvidas. Ao cidadão talvez pareça natural a ideia de que o Estado tem o dever de propiciar a todos os indivíduos, por meio da educação, o acesso à leitura e à escrita, como uma das principais formas de inclusão social, cultural e política e de construção da democracia. Nesta obra, a autora aborda conceitos como alfabetização e analfabeto, até sua gradativa substituição por expressões e noções como letramento e iletrado. Analisa a trajetória percorrida e o esgotamento de determinadas possibilidades teóricas e práticas no campo educacional evocando meios para sua superação, bem como para o resgate da dívida histórica com os excluídos da participação social, cultural e política no Brasil.
Para Maurício Tragtenberg, a vida e o trabalho significam a base do interesse no conhecimento e, se alunos manifestam desinteresse pela escola, isto deriva da miséria cultural das famílias, muitas vezes também da sua miséria material, obrigando-os a procurar alguma ocupação para sobreviver precariamente. Porém, Tragtenberg não busca só fora da escola as razões do desalento e do desprezo dos alunos, motivadores da evasão escolar. Denuncia a má qualidade do ensino e sua inutilidade para a existência deles, tanto na maioria das escolas primárias, secundárias, como na maioria das universidades, contribuindo com o prestígio da burocracia educacional.
Nesse trabalho, a autora analisa as implicações entre a educação e o serviço social como um possível elo para a construção da cidadania. Apoiada teoricamente no intelectual marxista italiano Antonio Gramsci, no educador brasileiro Paulo Freire e em outros que compartilham da mesma perspectiva, a autora parte do reconhecimento da importância da educação, nas suas mais diferenciadas formas, como um elemento essencial para a organização da cultura e para a formação do homem na direção de sua emancipação, cuja busca é também uma das principais missões do serviço social. A pesquisadora estabeleceu como campo empírico de sua análise a prática profissional dos assistentes sociais no contexto da política de educação em municípios paulistas. Procurou, nesta empreitada, levantar como esses profissionais utilizam os espaços sociais e ocupacionais que se colocam no atual ordenamento jurídico que fundamenta a política de educação no estado de São Paulo. Ainda articulou esta abordagem com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que delineia a política de atendimento para o setor. Também não deixou de analisar o próprio projeto ético-político da profissão, em cujo âmbito a educação como prática da liberdade deveria ocupar lugar central.
No presente livro, Russell se debruça sobre aspectos que, sistematicamente consolidados nas infraestruturas do ensino, são aceitos como naturais. Ele condena, por exemplo, o hábito de estimular os alunos a decorar determinadas informações às vésperas de exames. “O tipo adequado de instrução ensina a usar livros, não façanhas mnemônicas inúteis que se destinam a tornar os livros desnecessários”. O autor milita por um conceito de “educação livre”, sem as amarras conservadoras que sempre caracterizaram o ensino de uma maneira geral. Essa noção de liberdade, para Russell, implica inclusive liberar a criança da presença em sala de aula em certas situações para deixá-la simplesmente “ir brincar”. O ódio pelas autoridades que a oprimem, ele crê, poderá se entranhar nela e se transformar, no futuro, em desejo de infligir opressão equivalente a seus pares. Seu olhar sobre o tema, no entanto, não se atém aos limites da sala de aula ou da escola. Passa também por reflexões sobre religião, sexo, patriotismo, competição, propaganda.