O oportudo título desta obra representa com perfeição o que ela tem de peculiar: a análise da teoria e da prática da tradução associada a outros tópicos e campos de conhecimento, como a daptação, a psicanálise, o direito, a tradução de poesia no Brasil, a questão de gênero, a critica, as novas tecnologias.
Segundo os organizadores, a intenção deste trabalho "foi trazer alguns tópicos teóricos tanto ao leitor não especializado como áquele que já tem familiaridade com a leitura da literatura sobre a tradução, sem ter como objetivo uma aplicação direta de princípios teóricos nem de uma metodologia. Trata-se de um convite a uma reflexão teórica sobre a prática de tradução, a partir dos tópicos selecionados". Os ensaios do presente livro, escritos por pesquisadores da área ligados a universidades brasileiras que oferecem cursos de tradução em nível de graduação ou pós-graduação, revelam a consolidação dos estudos da Tradução como disciplina.
A produção social da escrita reúne quase duas décadas de reflexões de Williams, coligindo palestras e ensaios realizados entre 1964 e 1983. Seus trabalhos examinam estilos literários e autores específicos: a forma dramática e a linguagem de Racine e Shakespeare; a ficção inglesa em 1848; David Hume, Charles Dickens e a transformação da prosa inglesa. O volume inclui, ainda, ensaios sobre a tradição dos estudos literários em Cambridge e sobre o papel da região e da classe no romance.
Este livro trata da obra de dois escritores: o espanhol José de Espronceda y Delgado (1808-1842) e o brasileiro Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852), ambos considerados expoentes de uma corrente noturna do Romantismo. A análise comparativa mostra o apreço que nutriram por obras, temas, arquétipos e outros elementos comuns em voga no romantismo europeu. Personagens que retomam o arquétipo do herói byroniano e sua problemática psique, a vaidade fáustica, a sedução donjuanesca, a bela e a fera habitando o mesmo ser, a loucura, o amor, a morte e uma profusão de imagens que simbolizam a complexa teia de sentimentos díspares, ambíguos e violentos que emergem do inconsciente. A forma com que cada escritor relê esses elementos deixa entrever motivações de cunho estético e/ou político e acabam produzindo obras que remetem, por meio de um sistema simbólico transnacional, uma revisão das polêmicas locais. O florescimento do espírito revolucionário romântico impulsionou a leitura e a releitura de velhos mitos renascentistas para fazê-los ressurgir sob uma nova roupagem.
Affonso Romano de Sant'Anna recompõe neste livro seu percurso como ensaista, lançando um olhar atualizado sobre a produção crítica, literária e acadêmica do país. Revisita os caminhos que o levaram a incorporar a estilística, o estruturalismo, a teoria da carnavalização e a psicanálise em sua experiência universitária. Refere-se também a sua experiência em jornais, assinalando as vocação multidisciplinar e polêmica que o levaria ao reestudo tanto do Barroco quanto da Arte Contemporânea.
Prova que a literatura popular existe sem formato de livro. É o resultado de três anos de coleta de relatos orais no Pantanal sul-matogrossense, quando foram ouvidas 27 pessoas em mais de 50 horas de gravação. Valoriza a cultura, a sociabilidade e a criatividade da região. Inclui mitos, lugares assombrados, lembranças da Guerra do Paraguai e histórias sobre vaqueiros e violeiros famosos. A primeira parte traz informações sobre os contadores de histórias e o método de pesquisa; a segunda apresenta as histórias transcritas, divididas em mitos, lendas, contos populares e "causos" sobre condução de bois e caçadas.
Autora de obras de literatura infantil, juvenil e adulta, Ana Maria Machado ganhou recentemente o prêmio Hans Christian Andersen e a láurea de membro da Academia Brasileira de Letras. Obra que reúne dez estudiosos que mergulharam nas diversas facetas da autora, reconhecida pela crítica especializada, por entidades nacionais e internacionais do mundo da literatura, além de ser admirada por seus leitores e pelo papel na formação de leitores críticos.