Nós nascemos chorando, mas esses gritos já anunciam os primeiros sinais de linguagem. O choro de bebês alemães reflete a melodia da fala alemã; o choro de bebês franceses reflete a fala francesa – algo aparentemente adquirido ainda no útero. Já no primeiro ano de vida, as crianças dominam o sistema sonoro de sua língua. Depois de mais alguns anos, elas começam a conversar com seus cuidadores. Essa notável habilidade, específica de nossa espécie, para adquirir qualquer linguagem humana – a “faculdade da linguagem” – há muito tempo levanta questões biológicas importantes, como as seguintes: qual é a natureza da linguagem? Como ela funciona? Como evoluiu? Esta coleção de ensaios aborda a terceira questão mencionada: a evolução da linguagem. Apesar de afirmações em contrário, a verdade é que sempre houve um forte interesse sobre a evolução da linguagem, desde o início da gramática gerativa na metade do século XX. A gramática gerativa procurou, de modo inédito, fornecer descrições explícitas de línguas – gramáticas – que pudessem explicar aquilo que chamaremos de Propriedade Básica da linguagem, ou seja: o fato de que uma língua é um sistema computacional finito que produz uma infinidade de expressões, cada uma delas com uma interpretação definitiva nos sistemas semântico-pragmático e sensório-motor (informalmente, pensamento e som).
Noam Chomsky, professor emérito do Departamento de Linguística e Filosofia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), tem uma vasta produção escrita. Sua contribuição para a Linguística e a Filosofia, bem como sua postura crítica e ativa diante dos mais relevantes acontecimentos políticos de sua época, o situam entre os principais nomes das ciências humanas na atualidade. Dele, a Editora Unesp publicou Novos horizontes no estudo da linguagem da mente (2005), Linguagem e mente (2009), A ciência da linguagem (2014), Por que apenas nós: linguagem e evolução (2017), O Programa Minimalista (2021) e Os segredos das palavras (2023).
É professor de Linguística Computacional e de Ciência da Computação e Engenharia no Laboratório de Sistemas de Informação e Decisão e do Instituto de Dados, Sistemas e Sociedade do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Noam Chomsky é um dos pensadores mais influentes do nosso tempo. Nesta série de entrevistas, expõe suas ideias iconoclastas a respeito da linguagem, da natureza humana e da política. Em diálogo com James McGilvray, Chomsky percorre uma grande variedade de tópicos e a partir dessa transcrição é possível retraçar, em voo panorâmico, parte significativa do percurso intelectual desse pensador. A primeira parte do livro é dedicada à visão chomskyana sobre a linguagem e a mente. Na segunda parte, ele realiza um mergulho de alta profundidade na amplitude da natureza humana e seus componentes biológicos, linguísticos, políticos, filosóficos. O livro, de profundo interesse para todos os envolvidos no estudo da linguagem e da mente, revela a dimensão das teorias linguísticas de Noam Chomsky sobre a linguagem, que se situam no campo das investigações sobre os elementos constitutivos da própria natureza humana.
O Programa Minimalista apresenta quatro ensaios que tentam situar a teoria linguística nas ciências cognitivas mais amplas. Nesses textos, a abordagem minimalista da teoria linguística é formulada e desenvolvida progressivamente. Com base na teoria de princípios e parâmetros e, em princípios de economia de derivação e representação, o arcabouço minimalista considera a Gramática Universal como fornecendo um sistema computacional único, com derivações dirigidas por propriedades morfológicas, cuja variação sintática das línguas também é restrita. Dentro deste quadro teórico, as expressões linguísticas são geradas por derivações otimamente eficientes, que devem satisfazer as condições que prevalecem nos níveis de representação linguística. Os níveis de interface fornecem instruções para dois tipos de sistemas de desempenho, articulatório-perceptivo e conceitual-intencional. Todas as condições sintáticas, então, expressam propriedades desses níveis de interface, refletindo os requisitos interpretativos da linguagem e mantendo recursos conceituais muito restritos.
Neste livro, o influente linguista Noam Chomsky e seu colega de longa data, Andrea Moro, têm uma conversa abrangente, abordando tópicos como linguagem e linguística, história da ciência e a relação entre linguagem e cérebro. Moro instiga Chomsky a falar sobre a euforia equivocada atual em relação à inteligência artificial (Chomsky vê "muita propaganda e exagero" vindos do Vale do Silício), o estudo do cérebro (Chomsky destaca que descobertas de estudos cerebrais na década de 1950 nunca foram incorporadas à psicologia daquela época) e a aquisição de linguagem por crianças. Por sua vez, Chomsky convida Moro a descrever seus próprios experimentos, que provaram a existência de línguas impossíveis para o cérebro, línguas que apresentam propriedades surpreendentes e revelam segredos inesperados da mente humana.
Uma viagem fascinante pelo mundo da linguagem, conduzida pela mente brilhante de Noam Chomsky. Se você busca se aprofundar nos mistérios da linguagem, entender como a mente humana processa e gera significado, além de explorar as relações complexas entre a linguagem e o pensamento, este livro clássico é uma leitura obrigatória. Nele, Chomsky transita entre a filosofia e a ciência, explorando a noção cartesiana de uma “faculdade de linguagem” inata, presente em todos os seres humanos.
A sobrevivência do interesse por poesia nestes tempos de informações frenéticas, porém descartáveis, seria mero resquício de um estágio civilizacional já superado? É uma ilação possível. Objeto de regozijo por alguns, de desdém por outros, a poesia tanto pode ser luz como transgressão: ela nos ensina a ver como se víssemos pela primeira vez, a subverter permanentemente o já visto. Na sociedade de consumo irrestrito em que vivemos, não é pouca coisa.