Uma proposta de descrição e análise de orações subordinadas substantivas para o ensino
A obra nasce no bojo das discussões e problemas relacionados (ou associados) ao ensino de gramática, tanto no âmbito acadêmico quanto no profissional. Em tal contexto, Ana Carolina Sperança-Criscuolo busca demonstrar a adequação pedagógica da proposta de descrição e análise de orações subordinadas substantivas sob uma perspectiva funcionalista-cognitivista.
A autora escolhe o domínio da sintaxe pela importância desse nível de organização da língua na arquitetura do texto. Além disso, o processo de subordinação substantiva, foco da pesquisa, figura como recurso bastante recorrente e produtivo no português. O estudo dos aspectos pragmático-discursivos ligados a tal processo pode, assim, proporcionar melhor entendimento e maior domínio dessas construções e, consequentemente, dos textos.
O livro organiza-se em cinco capítulos. Neles, a autora apresenta um breve histórico sobre o desenvolvimento dos estudos linguísticos, discute os princípios teóricos que nortearam a pesquisa, trata da perspectiva cognitivista no estudo da língua, aborda o tratamento tradicional do período composto por subordinação. Partindo de usos autênticos das orações, ela ainda analisa aspectos pragmáticos e discursivos associados a sua organização e, finalmente, promove uma discussão sobre elementos que possibilitam refletir sobre a língua como um sistema complexo e dinâmico.
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Orfeu, o deus trácio que resgata Eurídice das sombras do Hades, representa uma dessas figuras arquetípicas que atravessam toda a literatura ocidental. Mesmo morto, faz ressoar seu canto para a sublimação dos homens. Nesta coletânea, helenistas, críticos literários, arqueólogos e antropólogos apresentam uma reflexão sobre as origens do mito, passando pela leitura das mais significativas expressões literárias e pela busca das práticas semelhantes em grupos indígenas brasileiros e centro-americanos.
Enquanto, em nossos dias, a discussão sobre gênero esquenta e se amplia, na antiga Grécia tal debate não faria sentido. Nesta obra, Luiz Carlos Mangia Silva oferece uma contribuição importante para uma reflexão sobre o tema e para uma compreensão mais apurada acerca da cultura e do erotismo dos antigos gregos. Ele analisa mais de 60 epigramas eróticos gregos da Antologia Palatina – parte vertida pela primeira vez para a língua portuguesa – que selecionou entre 250 produzidos entre os séculos III a.C. e I d.C. E percebe que, embora pertençam à mesma categoria (eróticos) e tenham características muito semelhantes do ponto de vista da composição, os poemas foram separados no livro 5 e 12 da coleção. Por quê, se em compilações antigas os epigramas eram apresentados como um só conjunto? Mangia Silva conclui que a divisão reflete a interferência cristã nas compilações posteriores, em que os epigramas foram distribuídos conforme o destinatário – a amada ou o amado: “A separação, de um lado atende a uma expectativa cristã relativa à expressão sexual, de outro escamoteia um importante traço da cultura grega: o da experiência unívoca da sexualidade”.
Projetado e desenvolvido ao longo de oito anos por uma equipe de professores do Departamento de Lingüística da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, Câmpus de Araraquara, este Dicionário apresenta uma importante massa de informações sobre cerca de 6.000 verbos que vigoram no português atualmente praticado no Brasil. Para auxiliar a leitura, a presente edição traz uma introdução em que se arrolam os princípios teóricos básicos e a metodologia que norteou a organização dos verbetes, um pequeno glossário em que se conceituam os termos técnicos empregados e, ainda, uma lista de abreviaturas. Para identificar os exemplos, o volume também apresenta uma relação das obras de referência. O grau de detalhamento e precisão reflete-se com clareza na complexidade e na extensão de alguns verbetes dando à obra uma envergadura inédita na tradição dicionarística brasileira.
José Paulo Paes entrou para a literatura com a chamada Geração de 1945, grupo em que ele aparece como exceção: se, nesse período, houve abandono da prática experimental dos modernistas e dos instrumentos e gêneros que lhes eram caros, como a ironia, o humor, a piada, a sátira e a paródia, o discurso poético de Paes configura-se por modos considerados não sérios, descrevendo com intensidade seu próprio tempo histórico. Este livro analisa a recepção crítica da obra poética e, de modo fulcral, a forma como se apresenta o princípio-corrosão da poética paesiana, articulado com o humor e a ironia, como elementos importantes de um possível projeto satírico do autor. À luz dos estudos de Richard Rorty e de Northrop Frye, o autor desta obra defende que a ironia e o humor, como cúmplices, garantem aos versos de José Paulo Paes uma qualidade estética ímpar, que rearranja o mundo por meio de seu próprio jogo de linguagem ou por seu esforço de autocriação.
Marxismo e crítica literária consiste em um criterioso e, ao mesmo tempo, conciso estudo sobre a relação entre o pensamento marxista e a produção artística. Ao longo da obra, Terry Eagleton interpreta textos de Marx e Engels, bem como analisa o trabalho de autores como Plekhanov, Trotski, Lenin, Lukács, Goldmann, Caudwell, Benjamin e Brecht. Uma leitura de referência para a crítica literária.