Futebol e identidade nacional em José Lins do Rego, Mário Filho e Nelson Rodrigues
O futebol é um dos elementos mais importantes na construção do imaginário popular do que significa ser brasileiro. As imagens coletivas da "tragédia" de 1950, com a perda do título no Maracanã, contra o Uruguai; a glória do campeonato mundial de 1958, na Suécia; e o êxtase vivido pela população com o tricampeonato, em 1970, no México, foram, em boa parte, fundamentadas ideológica e esteticamente por cronistas como José Lins do Rego, Mário Filho e Nelson Rodrigues. As ideias desses escritores são expressas por meio de um discurso acalorado. Seus textos são documentos históricos, no sentido de que mobilizam as atenções de uma época e participam do processo de construção da identidade nacional. Com base na análise de suas crônicas publicadas em jornais e revistas, este livro revisita o passado, verifica como ele ecoa no presente e traça elos entre o futebol e a brasilidade.
Fatima M. R. Ferreira Antunes é socióloga do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, formada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Dedica-se ao estudo do tema "futebol e sociedade" há muitos anos.
Livro que procura discutir parte da obra de Guimarães Rosa como sendo a de um intérprete do Brasil, de forma peculiar (como afirma o autor) que, nos seus três primeiros livros, apreciou os costumes da vida pública junto aos da vida privada, os familiares e amorosos, próprios do romance. Demonstra como as três obras iniciais de Rosa, Sagarana, Corpo de baile e Grande sertão: veredas, se relacionam e se imbricam, podendo as duas primeiras ser consideradas como estudos preparatórios para Grande sertão. Nessa perspectiva, o autor investiga a genealogia e a formação do herói jagunço; a gestação dos paradigmas amorosos de Grande sertão, já incubados em Sagarana e desenvolvidos num dos romances de Corpo de baile; e a teatralização do drama civilizatório no Brasil.
Neste livro, Luiz Costa Lima revisita temas que lhe são caros em sua trajetória crítica, ajustando as lentes para um aprofundamento da análise de obras como Os sertões, de Euclides da Cunha, e Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre. Articulando potente repertório crítico, Costa Lima acrescenta novas camadas de problematização sobre a fortuna crítica desses autores.
Este livro aborda uma faceta da obra lobatiana que, embora reiteradamente apontada pelos estudiosos, pouco tem sido explorada em estudos da área. Ao examinar os textos de Monteiro Lobato, a autora verifica como se processa a construção do humor, em seus livros infantis, enfatizando de que maneira esse recurso é mais uma característica de um espírito marcadamente critico e polêmico.
No início do século XIX, consolidou-se uma nova maneira de perceber as questões estéticas em contraposição àquela que lograva mais de dois mil anos de tradição. A partir de então, e de maneira evidente na obra de muitos dos críticos literários atuais, a ênfase analítica se deslocou para a relação entre o artista e a obra. Neste livro clássico, M. H. Abrams conta como ocorreu essa transformação, analisando diversas teorias estéticas a partir de atributos absolutamente essenciais que essas concepções possuíam em comum.
A autora estuda neste trabalho a trajetória de três brasileiros: um sargento, um capataz e um bacharel. São personagens de três obras conhecidas da literatura brasileira, Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro, Uma estória de amor (Festa de Manuelzão), de João Guimarães Rosa, e Bangüê, de José Lins do Rego. A ênfase é dada nas diferentes modulações do núcleo dramático comum, representado pela crise de identidade do herói, provocada por seu desenraizamento.