Língua e literatura no jornal Proleitura
Este livro reúne artigos publicados no Proleitura, jornal que circulou de junho de 1992 a fevereiro de 200, realizado por uma equipe fixa constituída de professores da UNESP ( Assis-SP), UEM (Maringá-PR), UEL (Londrina) e UFMS (Três Lagoas-MS), bem como por destacados colaboradores eventuais. Sempre primado por um cuidado editorial rigoroso, que permitiu fosse lido com prazer e proveito, seja pelos trabalhos de cunho teórico, relacionados aos avanços dos estudos lingüísticos e literários, seja pelos estudos ligados diretamente à aplicação em sala de aula, seja ainda pelas relevantes indicações de leituras e resenhas de obras de variada natureza, presentes em sua páginas, o Proleitura representou uma importante referência para todos quantos se dedicam ao ensino de língua e literatura. Com esta relação de textos, espera-se possibilitar aos leitores continuar desfrutando, se um modo mais acessível e permanente, das idéias veiculadas noProleitura, contribuindo com sua reflexão para o desenvolvimento dos estudos da área e, principalmente, fazendo chegar à sala de aula alguns avanços dos últimos anos.
Rony Farto Pereira é doutor em Letras, pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Assis. Desde 1978, é professor de Língua Portuguesa, no Departamento de Linguística desta instituição. Até 1980, atuou como professor de Inglês, Português e Literatura Brasileira no Ensino Fundamental e Médio. Tem participado ativamente de projetos de leitura e escrita, especialmente na rede pública do estado de São Paulo.
Autor deste livro.
Este livro, escrito por professores universitários de diversas instituições e origens, apresenta diferentes modos de ler os textos juvenis, procurando atribuir sentidos a uma produção literária contemporânea que cobra novas respostas interpretativas. Os estudos aqui reunidos caracterizam-se por uma tendência de, no esforço de adequar o instrumento de análise ao objeto em foco, mimetizar o caráter intersticial da adolescência, pondo à prova as obras juvenis quanto a sua autonomia estética e sua capacidade humanizadora, por meio de uma problematização que recusa qualquer abordagem pasteurizada e apaziguadora e que revela as contradições típicas de uma zona de fronteira.
História da leitura descreve o ato da leitura, seus praticantes e os ambientes sociais em que estão inseridos, além das diversas manifestações da leitura em pedras, ossos, cascas de árvore, muros, monumentos, tabuletas, rolos de papiro, códices, livros, telas e papel eletrônico. ... Apesar de a leitura e a escrita estarem plenamente relacionadas, a leitura é, na verdade, a antítese da escrita. Cada uma ativa regiões distintas do cérebro. A escrita é uma habilidade, a leitura, uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração, a leitura desenvolveu-se com a compreensão mais profunda pela humanidade dos recursos latentes da palavra escrita. A história da escrita foi marcada por uma série de influências e refinamentos, ao passo que a história da leitura envolveu estágios sucessivos de amadurecimento social.
A crítica literária e a lingüística têm nos textos literários um grande desafio. Diversas correntes deixam de lado o texto propriamente dito e colocam em primeiro plano outras ciências, como a sociologia, a história e a psicologia. Lingüista da Universidade de Reims, França, o autor valoriza o papel do leitor como receptor. Entende, portanto, o ato da leitura como um momento em que o prazer estético, obtido pelas relações entre forma e conteúdo, transporta o fruidor a uma outra realidade, criada pelo poder da palavra.
Segundo Jakobson, “o ‘formalismo’, etiqueta vaga e desconcertante que os difamadores lançaram para estigmatizar toda análise da função poética da linguagem, criou a miragem de um dogma uniforme e consumado”. O presente livro traz a público as traduções feitas por Todorov de ensaios dos principais integrantes da chamada escola “formalista” russa, para que os leitores possam tecer suas próprias análises a respeito dessa vertente analítica.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.