Neste ensaio primoroso, Marco Aurélio Werle examina com acuidade as relações entre o pensamento de Martim Heidegger e a poesia de Friedrich Hölderlin. Investiga a constituição da noção de poesia nos textos do filósofo, demonstrando como o trajeto em direção a Hölderlin toma impulso em Ser e tempo, obra na qual Heidegger lançou as bases de seu pensamento.
Marco Aurélio Werle foi professor de Estética do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, câmpus de Marília (SP), e atualmente é professor da mesma área na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na USP. É autor do livro A poesia na estética de Hegel (Humanitas, 2004) e tradutor, com Oliver Tolle, dos Cursos de estética, de Hegel, dos Escritos sobre arte, de Goehte, e de O conceito de tempo/A questão da técnica, de Heidegger.
Este trabalho analisa as teorias científicas que procuram explicar a aquisição e o desenvolvimento da linguagem e do pensamento sob a perspectiva genética. Essa análise é feita a partir dos debates entre seus expoentes mais ilustres, como Vygotsky, Wallon, Chomsky e Piaget, e dos pontos de convergência e divergência entre eles. Apesar das diferenças, há entre esses pensadores um propósito comum: fundamentar o estudo psicológico daquelas funções sobre bases científicas e genéticas e superar as concepções idealistas e materialistas mecanicistas. Desse modo, Dongo-Montoya retoma o tema da origem do pensamento da linguagem, com o debate entre Vygotsky e Piaget, cujas ideias estiveram presentes nas discussões do século XX. Na sequência, confronta as posições de Wallon e Piaget e de Piaget e Chomsky. Por fim, o autor dedica-se a evidenciar o pensamento mais atual e acabado de Piaget sobre o tema e a apresentar as consequências do desenvolvimento desses debates e dessas teorias sobre pensamento e linguagem para as questões educacionais e pedagógicas atuais.
Esta obra, a mais filosófica e importante de Jürgen Habermas do ponto de vista da epistemologia, discute o entrelaçamento entre razão prática e razão pura e mostra a importância das definições do conhecimento, levantando questões sobre os fatores que o definem.
Gilles Deleuze estabeleceu uma metáfora que mostra bem o desafio de comentar a obra de um pensador. Ela consiste em pensar esse processo como o arremesso de um dardo em que uma geração recebe o objeto de um lançador e, para valorizar esse esforço, é necessário enviá-lo cada vez mais longe, onde alguém dará seguimento ao processo.
Por que lemos literatura e como a julgamos? O clássico de C. S. Lewis Um experimento na crítica literária nasce da convicção de que a literatura existe para o prazer do leitor e de que os livros devem ser julgados pelo tipo de leitura que ensejam. É crucial à sua ideia de avaliação da literatura o compromisso de ser apartar de expectativas e valores alheios à obra, para que ela seja analisada sem preconceitos. Em meio a toda a complexa miscelânea das teorias críticas atuais, as questões que levanta em relação à experiência de ler atestam o valioso bom senso, caráter inovador e perfil estimulante característicos da sabedoria de C. S, Lewis.
Este livro reùne pela primeira vez um estudo e uma antologia abordando as concepções poéticas dos autores do Brasil colonial. Os primórdios de nossa poesia são aqui analisados do ponto de vista de um especialista em poética clássica, que mostra o quanto aqueles autores obedeciam a princípios cristalizados desde gregos e latinos. Roberto de Oliveira Brandão expõe ainda as poéticas específicas de Bento Teixeira, Gregório de Matos, Manuel Botelho de Oliveira, Silva Alvarenga, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga. Esses autores fazem parte, juntamente com Frei Manuel de Santa Maria Itaparica, Santa Rita Durão, Basilio da Gama e Alvarenga Peixoto, da antologia abrangente e profusamente anotada de poemas, prefácios, prólogos e dedicatórias que permite uma visão bastante detalhada do que pensavam os poetas da colônia a respeito da poesia.