A finalidade desta obra é estabelecer as relações entre a representação imagética, ou imagem mental (IM), e a construção do conhecimento na criança, ou seja, o papel da imagem mental na formação do conhecimento do mundo real, segundo a Psicologia e Epistemologia genética de Jean Piaget. A partir do percurso detalhado de toda a ampla e fecunda obra de Piaget, o autor contribui efetivamente ao expor, integral e ordenadamente, os fundamentos dos trabalhos que tem realizado, como pesquisas de diagnóstico e intervenção, com crianças marginalizadas, abrindo uma nova perspectiva para a reeducação de crianças com graves deficiências na formação das estruturas operatórias elementares, devido ao comprometimento no nível do pensamento representativo. Este livro interessa tanto do ponto de vista teórico como por suas implicações na prática psicopedagógica.
Adrian Oscar Dongo Montoya graduou-se em Psicologia pela Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Lima, Peru. Doutorou-se pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e fez seu pós-doutorado na Université Lumière Lyon II (França) e nos Archives Jean Piaget (Genebra). É livre-docente pela Unesp e leciona na Faculdade de Filosofia e Ciências desta mesma universidade, em Marília. É autor de Piaget e a criança favelada (Vozes, 1986).
O livro aborda o primeiro período das pesquisas de Piaget, que se referem à formação dos primeiros hábitos ou dos primeiros esquemas adquiridos até evoluírem para formas de coordenação de esquemas com busca intencional da novidade da experiência. Nesse período, o autor fornece elementos conceituais e factuais para a dissolução da dicotomia entre aprendizagem e inteligência. Essa parte possui relevância teórica para a primeira formulação de um novo conceito de aprendizagem como um processo que obedece a processos adaptativos de natureza ativa e sistêmica, e de processo que se torna solidário com o desenvolvimento da inteligência.
Trata-se de um estudo sobre as práticas de leitura em Assis, na região Oeste do interior de São Paulo. Verifica a preferência por determinados autores nas escolas de primeiro grau nas décadas de 1920 a 1950. Essas escolhas revelam a articulação de valores como o nacionalismo e o progresso. Escritores como Monteiro Lobato, por exemplo, representavam a possibilidade de ascensão social e individual perante o desenvolvimento e o progresso que se alastravam pelo interior paulista no período enfocado. A escolaridade, por sua vez, era então vista como garantia de inserção social bem-sucedida.
A explosão dos casos de depressão é um fenômeno mundial e complexo. Sua compreensão requer a mobilização de diversas áreas do saber. O presente livro propõe uma análise aguda e abrangente do problema, trazendo importante contribuição para o estudo desta condição que vem se tornando epidêmica, especialmente após a ascensão do neoliberalismo em nível global.
Os indivíduos sentem medo e por isso são subjetivos. Certos tipos de medo perseguem as crianças, outros aparecem apenas na adolescência e na maturidade. Em todos os estudos sobre o indivíduo e sobre a sociedade humana, o medo é um tema - esteja implícito como nas estórias de coragem e sucesso, ou explícito como nos trabalhos sobre fobias e conflitos humanos. Porém, não se tem procurado abordar o tema "paisagens de medo" como um tópico explorado por si mesmo e pelos esclarecimentos que possam trazer sobre as questões de interesse permanente: Que significa ser gente? Como é viver neste mundo? Neste livro, o autor explora essas questões, procurando em particular traçar laços e ressonâncias entre as diferentes paisagens de medo.
A primeira edição de Psicologia diferencial data de 1966. A presente reedição, cuidadosamente revista, incorpora dois conjuntos de textos: um de esparsos, dedicado aos problemas da educação; e, outro, na maioria de inéditos, a variados aspectos da abordagem do autor à Psicologia. Escritos entre 1953 e 1975, os textos sobre educação trazem desde avaliações sobre a situação do ensino no Brasil até variadas abordagens em artigos originalmente publicados nas revistas Pesquisa e Planejamento, Atualidades Pedagógicas e Ciência e Cultura. Os dois ensaios que se destacam no conjunto propõem a interface entre Educação e Psicologia: “Educação e relações interpessoais” e “A investigação psicológica em face da educação brasileira”. “Dois experimentos em Psicologia”, já publicados quando o autor era aluno de Fritz Heider, na Universidade do Kansas. Dois verbetes permitem registrar o Dicionário de psicologia que permaneceu em projeto, ao passo que a palestra “Código de ética do psicólogo” assinala sua integração nas atividades com vistas à regulamentação da profissão, e o artigo “Ensino de psicologia” registra sua experiência como professor da disciplina. Por fim, o volume reúne ainda os capítulos correspondentes a pouco menos da metade da primeira parte de sua inacabada História da psicologia contemporânea, intitulada Freud e as psicologias dinâmicas.