Este trabalho trata da questão da interlocução de Eduard Hanslick com algumas das principais doutrinas estéticas de seu tempo, por meio do estudo de algumas das influências por ele sofridas, bem como dos conceitos filosóficos que fundamentam seu ensaio Do belo musical. Pela análise do texto, o autor procura compreender de que maneira Hanslick empreende sua tarefa de resolver a questão a que se havia proposto – a de definir o belo especificamente musical – bem como a originalidade com a qual ele leva a cabo esse intento.
Mário Videira é pianista, graduado em Música pela Universidade de São Paulo (2001) e mestre em Musicologia pela Unesp (2004). Publicou diversos artigos na área de Estética e Filosofia da Música. Atualmente é doutorando do Departamento de Filosofia da USP (bolsista Capes) e realiza estágio de pesquisa na Universidade de Tübingen, na Alemanha (bolsista CNPq-DAAD).
Escrito em um momento decisivo do debate das vanguardas musicais pós-Segunda Guerra, este livro traz uma proposição maior referente à teoria adorniana da arte. Trata-se da defesa de que a modernidade das obras não está necessariamente vinculada à modernidade dos materiais. Assim, Berg, o compositor pretensamente mais regressivo da Segunda Escola de Viena, pode aparecer como nome fundamental para a compreensão dos problemas que continuam a animar a composição musical.
Este guia originou-se do desejo da organizadora de conhecer a produção acadêmica relativa à interação dos jovens com a música. A obra abarca 150 títulos nacionais e estrangeiros publicados entre 1996 (quando começa a se desenvolver melhor a temática no Brasil) e 2011 e foi organizada com base na convicção de que investigar as práticas musicais dos jovens é relevante para a compreensão da sociedade contemporânea, da música nela criada e praticada e dos próprios jovens que as recriam – sociedade e músicas –, conforme vão surgindo as novas sensibilidades. O guia foi elaborado também com um viés crítico. E teve ainda o objetivo de compreender a importância da pesquisa sobre música e sobre os processos de aprendizagem presentes nas várias práticas musicais, assim como do estudo das culturas criadas pelos jovens que, muitas vezes, são conceituadas no âmbito acadêmico como subculturas juvenis ou tribos urbanas. Para a organizadora, esta seria apenas uma dimensão da interação dos jovens com a música. Segundo ela, nos estudos baseados nas categorias de subculturas juvenis, a vida dos jovens para além de sua participação nessas expressões mais visíveis – como na família, na escola, no trabalho e até junto a outras práticas musicais – ficaria desconsiderada.
Neste livro, Flo Menezes reúne seus principais textos e retoma a discussão estética sobre a música nova, além de publicar análises inéditas em forma de manuscritos de algumas das principais composições para a cena musical moderna. Os temas estão organizados em três partes: Ensaios, Repetições e Provas, nas quais o autor discorre sobre as vanguardas históricas, a música eletroacústica e sobre algumas de suas obras.
Quando a imprensa brasileira começava a ganhar seus contornos mais nítidos como espaço público de debate de ideias, uma pequena revista fluminense tomou para si a missão de educar o gosto musical do povo. Para a Gazeta Musical, publicada entre 1891 e 1893 por iniciativa do vendedor de partituras e pianos Fertin de Vasconcellos, o que estava em jogo não era somente o suposto “atraso” artístico do Brasil em relação à Europa – mas sim o futuro e o progresso da nação.
Este livro é representativo da posição de relevo que a música ocupa na vida – e na obra – de Rousseau, seja em escritos teóricos ou na composição de obras musicais, que lhe renderam certo prestígio na corte de Luís XV. Amante da música antes de ser filósofo, Rousseau recebera como encomenda de Diderot e d'Alembert para a Enciclopédia, em 1749, artigos sobre o tema. O presente Dicionário tem como experiência seminal a redação daqueles artigos. Os verbetes que o constituem, resultado de anos de aperfeiçoamento após a experiência anterior, também refletem preocupações enciclopédicas e filosóficas de Rousseau, bem como reflexões críticas, demarcações de gosto e o posicionamento público sobre sua ideia do que deveria ser a boa música.